Nessa semana, diferente do habitual, obtivemos duas imagens, um texto que parece ser de um e-mail e dois episódios em áudio . Se trata do episódio final da Hunt The Truth. Seguem abaixo as imagens, o texto e os áudios traduzidos:
BXR 1774
“Era difícil imaginar essa terra desolada como uma cidade. O Glass estendeu-se por milhas em todas as direções, congelando tudo com um oceano em meio a uma batedeira. Até aqui, onde a escavação havia deixado algum tipo de digital humana, a paisagem era áspera.”
BENJAMIN _GIRAUD_ENTRADA_0384
De Manikata à sítio #1774:
A Indústria de Silicato e os Lucros da Tragédia nas Periferias
Quando uma raça alienígena lança um catastrófico ataque global sobre um planeta humano, derretendo tudo na superfície até formar uma sopa química, a maioria de nós olharia isso e ver uma tragédia horrorizante. Mas a Corporação Mineradora BXR viu uma oportunidade profissional. Enquanto aniquilavam mundo atrás de mundo nas Colônias Exteriores com bombardeamentos de plasma extremamente quente, o Covenant estava fazendo um favor à industria de silicato — literalmente liquidando todo e qualquer recurso que estivesse na curadoria da sociedade.
Cidades que pertenceram a milhões agora foram reduzidas a concentrados depósitos superficiais de ninguém. De fato, como parte do esforço de reconstrução, os governos realmente ofereceram subsídios para quem removesse esses blocos de construções, já reembalados em uma conveniente forma de vidro de silicato. BXR e o resto do cartel foram pagos para retirar quantidades incomensuráveis de matéria-prima, e aí as venderam a preço de barganha. Desde então, silicatos estiveram em um quieto crescimento.
Políticos afirmaram que essas minerações superficiais foram um primeiro passo crucial no processo de reconstrução; mas virtualmente, nenhum dos recursos minerados foram usados para reconstruir nada nas Colônias Exteriores. Os preços de mercado mandaram tudo para dentro, para industrias nas Colônias Interiores fazerem qualquer produto imaginável. Os preços eram tão baixos que ninguém pareceu se importar com o fato de que uma parte ensandecedora de tais produtos continha restos parciais de milhões de pessoas derretidas. BXR apenas chamou esses silicatos “organicamente enriquecidos” — não coincidentemente mais ricos em zeólitos valiosos — e eu acho que quando se tem uma quantidade ímpia de dinheiro, você pode chamar a venda comercial de vítimas de genocídio do que quiser e uma cara campanha publicitária para inferir que os mortos todos simplesmente evaporaram. Uma parcial, mas cínica contorção da verdade suja.
Eu cheguei em BXR1774 buscando cavar mais sobre a verdade do Master Chief; mas eu desenterrei algo mais no caminho: inteiras culturas estrangeiras que cresceram em isolados assentamentos mineiros. Bliss não era mais um planeta; era um lugar de escavação industrial — não uma propriedade legal da BXR, mas eles controlavam efetivamente tudo aqui. E por entre os confins do perímetro de operações, há um mundo estranhamente agitado: um complexo de bares e cassinos e restaurantes, vendedores de rua com quiosques em cada esquina vendendo bens caríssimos. Você não imaginaria que um pequeno COM-Pad banhado a ouro custando mais de seis mil créditos seria uma mercadoria tão requisitada num assentamento mineiro; mas era. Em todo lugar que eu olhava, eu via mineiros andando em nojentos macacões, mexendo em seus dispositivos de alta tecnologia.
Mesmo assim, parecia que os mineiros viviam uma vida dura e estranha. Muitos eram solitários, vivendo em barracos, fazendo trabalhos braçais cem horas por semana e ganhando muito dinheiro. Pessoas, pelo que parece, são muito mais duráveis em tempestades de poeira de silicato do que em equipamentos mineradores mecanizados, pelo menos até que o desgaste a longo prazo chegue até eles. Aparentemente, é assim que eles gastavam seu dinheiro — vivendo nesse lugar barulhento, encardido e depressivo onde o único som além do comércio de rua, máquinas e vento parecia vir dos incontáveis corvos que sobreviviam com o lixo do assentamento.
Mais além, eram só pedreiras, se estendendo pela distância, perfuradas por um quarto de milha, enormes furadeiras e escavadeiras se arrastando até o fundo. Da estrada acima, os trabalhadores pareciam formigas.
Porém, além da periferia, eu vi o verdadeiro planeta envidraçado: um ondulado, irregular e caótico mar de vidro negro quebradiço nos mais estranhos formatos, quebrando a cada passo, ásperos e denteados e então, repentinamente suaves. A paisagem pareceu um pesadelo bizarro de um surrealista, completamente abstrato até uma forma familiar se materializar do caos — esqueletos de construções, partes de veículos, os pedaços mais inesperados de civilização. Acho que tudo derreteu um pouco diferente.
Eu não havia percebido o quão impressionante era a apropriação da BXR sobre a terra até que me ocorreu que ninguém que trabalhava aqui mencionou o que este lugar era. Todos que lembravam que a vida havia morrido ou sumido por um longo tempo. Ainda assim, aqui fora, algumas seções foram desobstruídas — diferente da profunda perfuração das operações mineiras, esse trabalho era feito com cuidado. Eu ouvia sobre isso — pessoas voltando para suas casas, removendo o vidro.
Mesmo que não pudessem ou não quisessem ficar, eles passaram todo aquele tempo tentando recuperar o pequeno pedaço de terra que lhes foi tomado. Da esquisitice sem sentido, lembretes do que havia sido pareciam emergir e recuar por toda parte: memoriais brutos às vitimas esculpidos no vidro, curiosos restos de vidas, vividas e perdidas, saindo da imundície, congelados no tempo. O ocasional altar aparecia, muitas vezes, danificado pelas tempestades, mas em alguns lugares, os sentimentos sobreviveram. Eu tinha que me lembrar constantemente que meio milhão de pessoas costumavam viver nessa cidade. Esse era seu lar. Se chamava Manikata — mas para os funcionários da BXR, era só o sítio #1774.
Se você pudesse tirar a história da cabeça ou não, era impossível não ver a destruição — estava por toda parte. Eu comecei a me perguntar o que aconteceria se o ataque do Covenant em Nova Mombasa seis anos atrás tivesse atingido toda a Terra. Ou até mesmo Marte. E se o Covenant tivesse dizimado um dos mundos onde os senadores da UEG e as autoridades da mídia tinham suas casas de praia? Eu imagino que a BXR e o resto da indústria iriam analisar todos aqueles escombros com um pouco mais de reverência. Embora nós nunca saberemos, porque ninguém deixaria tal coisa acontecer.
Essa realidade tinha de ser enfurecedora para as pessoas que construiram uma vida nessa região remota do espaço. Enquanto os patriotas da Terra frequentemente desprezavam a aflição dos habitantes das Colônias Exteriores como se fossem reclamações de crianças mimadas, me ocorreu que essas pessoas, na verdade, demonstraram uma certa coibição. Eles haviam tido mais do que razão suficiente para iniciar uma revolta sangrenta anos atrás. Talvez se os habitantes das Colônias Interiores pudessem andar nesses valões de vidro, eles não estariam tão ultrajados pela ideia de uma luta pela independência nas periferias. Um conflito civil seria horrível, mas de algum jeito, seria apenas a dívida sendo paga.
Se eles pudessem ver o que eu vi, eles saberiam que muitos aqui fora passaram por muita dor. Essa foi a consequência de forças poderosas — ONI, BXR, a mídia — operando nas sombras. Se foi por dinheiro ou poder, muitos deles exploraram pessoas trabalhadoras, pessoas corajosas que se mantiveram de pé e se fizeram valer — tentando fazer a coisa certa, tentando fazer seu canto do espaço um pouco melhor. Mas a ganância é a boca de um porco que tem um buraco negro no estômago; e se você deixar, ele vai devorar tudo que nos faz bem.
Ao passo que meu fretado ultrapassava o espaço orbital de Bliss, deixando as periferias para trás para chegar aos confortos das Colônias Interiores, eu me perguntava quantos restos de pessoas inocentes foram espalhados pela milha cúbica de silicatos abaixo. Quantas pessoas que estavam tentando fazer seu canto do espaço um pouco melhor? Quantas partes por milhão de silicatos “organicamente enriquecidos” era baixa o bastante, que após calcular todos os lucros, BXR e o resto de nós podemos justificar tal custo humano?
Eu acho que costumava ser um pragmático — uma versão humana da IA que seguia a política da ONI — acreditando que sempre havia uma relação de custo-benefício. Mas eu acho que não acredito mais nisso. Por que aqueles pedaços de sílica que ainda se penduravam naquele planeta quebrado, presos na atmosfera de um mundo que foi apagado, machucam muito quando acertam seu rosto. E o isolamento que um empreiteiro espalhou no chão do meu apartamento, comprado por preço de barganha — um desconto possível por causa da perda de muitas vidas nas Colônias Exteriores — estava cheio daqueles mesmos pedaços de vidro. Agora que eu havia visto de onde eles vieram, o fato de que alguns daqueles silicatos eram organicamente enriquecidos ainda estava arranhando minha pele.
O preço da nossa liberdade e segurança caiu abruptamente. ONI enterrou aquela verdade debaixo das tábuas do piso, mas agora eles quebraram algumas delas para fazer um argumento. Mas eu não estava mais com medo.
Quantas pessoas mantiveram nosso governo no escuro? Quantas foram rendidas sem poder ou pressionadas por lucros? Até onde eu sabia, a resposta era uma.
117
“O quão longe você iria para defender seus heróis? Olhando para a estátua do Chief na Barreira, eu sabia qual era minha resposta.”
Os dois áudios se chamam “Full Payload” e “In The Bag”, abaixo os áudios e suas traduções (Tradução em breve):
Anthony: Quem diabos é?
Benjamin: Anthony, é o Ben Giraud. Eu não tenho muito tempo, mas eu tenho algo muito…
Anthony: Ben! Eu não reconheci o endereço, você tá ligando da prisão?
Benjamin: Ouça, eu acabei de te mandar um local. Preciso que vá até lá segunda-feira.
Anthony: Ah…
Benjamin: Você ainda quer derrubar a ONI, certo?
Anthony: Sim… eu não sei o que dizer, cara. Nós explodimos a bomba e não causou tanto furor quanto pensávamos. Há pessoas que nem ligaram…
Benjamin: Sim, mas agora nós temos a verdadeira carga e nós vamos entregá-la ao alvo certo. Olha, eu entendo perfeitamente, de qualquer maneira, mas estou prestes a pegar esse voo. Então eu meio que preciso saber agora: você está dentro ou fora?
Anthony: Estou dentro, ok?
Benjamin: Isso! Você é o cara! Acredite em mim, na hora em que tivermos acabado com isso, todos aqueles desgraçados da UEG serão cobrados pela traição.
Sou Benjamin Giraud, e essa é a Caça À Verdade
Minha nave estava pronta para deixar Bliss, estava abastecida e fazendo testes de segurança. Eu voltei para o píer para fazer outra chamada.
Ray: Alô? Aqui é Ray Curzig.
Benjamin: Ray, é o Ben. Eu achei…
Ray: De onde você tá me ligando? Você está bem?
Benjamin: Sim, estou. Olha… eu achei.
Ray: Achou? Achou o quê?
Benjamin: Tudo.
Ray: O que quer dizer com “tudo”?
Benjamin: Olha, eu acabei de te mandar os arquivos. Não diga o que é.
Ray: Ok… espera aí.
Eu ouvia enquanto Ray abria a pasta e via tudo que a ONI nunca quis que nós víssemos.
Ray: Ben, onde você conseguiu isso?
Benjamin: Você não acreditaria se eu te dissesse. Mas essa é a nossa chance, cara. Essa é a nossa única chance de por um fim em tudo isso.
Ray: Eu não sei o que dizer.
Agora, Ray tinha cópias de todos os arquivos. E eu precisava de um último favor. Ele era a única pessoa em que eu confiava pra isso. Eu mandei para ele uma lista de domínios e o pedi para que mandasse cada um desses arquivos para todos nela. Quando ele viu a lista de endereços, pude ouví-lo chocado. Depois do choque, ele disse que faria acontecer.
Ray: Sem problemas.
Benjamin: Cara, não posso te agradecer o suficiente. Mas nós os pegamos, Ray. Nós os pegamos. E eu prometo que ninguém nunca vai saber que me ajudou com Biko. Eu vou postar o resto da minha história quando eu voltar e você não estará em nenhuma das gravações. Não nessa conversa, em nenhuma delas. Você estava certo em se desligar disso, e eu quero ter certeza de que você não tem nenhuma dúvida sobre isso.
Ray: Ben, eles entraram na minha casa.
Benjamin: O quê?
Ray: Minha casa. Eles a despedaçaram completamente.
Benjamin: Ray, Ray…
Ray: Eles fizeram isso… onde minha esposa e filha…
Benjamin: Como eles poderiam saber?
Ray: Eu as tirei do planeta, elas estão em um lugar seguro agora, mas mesmo se eu quisesse, a essa altura eu não posso mais voltar. Como posso ajudar?
Ray era um dos seres humanos mais altruístas que eu tive a honra de conhecer. Ele estava sempre fora de sua zona de conforto, se sacrificando bravamente de novo e de novo. Eu não acho que poderia fazê-lo entender verdadeiramente o quanto aquilo significava pra mim.
Eu mandei instruções em textos encriptados sobre como finalizar nosso plano. Eu o agradeci novamente, desejamos sorte um ao outro e dissemos tchau. A próxima vez que eu o visse seria um momento decisivo. E não havia ninguém que eu preferisse mais ao meu lado.
Enquanto eu deixava as Colônias Exteriores para trás, era difícil não pensar em quão íngreme o preço de nossa liberdade e segurança estava sendo. Muita verdade foi enterrada, muita gente foi. ONI tentou me enterrar também. Mas eles falharam. Eu não estava mais com medo, e eu tinha algo a dizer. Quantas pessoas sacrificadas eram muitas? Até onde eu sabia, a resposta era uma.
Mshak: Ah, cara, eu estive esperando uma ligação sua! Eu tenho algo muito importante pra te contar: essa é uma mensagem gravada! Hahaha!
Benjamin: Mshak! Haha! M-shak!
Mshak ainda assombrava meus sonhos. Toda vez que eu fechava meus olhos, ele estava deslizando naquele fundo preto e eu não podia salvá-lo. Mas eu iria ajeitar as coisas por ele. Iria fazer isso por Ray, por FERO, por Petra e Anthony e Katrina e Ellie e todo mundo nas Colônias Exteriores. Todos que nosso governo deixou no escuro. Nossa escolha ou não, sacrifícios demais foram feitos. E muitos deles foram pessoas.
Benjamin: Eu acho que… eu só queria dizer obrigado. E me desculpe.
Pela primeira vez na minha carreira, eu sentia que iria contar a história por completo. Todo e qualquer pedaço desagradável, das pontas soltas ao núcleo podre. Esse é o motivo pelo qual isso tudo não foi em vão. Isso é como eu vou fazer as coisas se acertarem para todos. Eu vou dá-los a dignidade de saber a verdade. Eu devia estar divagando quando recebi uma ligação de Petra Janecek. Para alguém que ameaçou atirar em mim em uma ocasião, ela estava muito menos nervosa e parecia ligar sempre pra ver se eu estava bem.
Benjamin: Sabe, se eu não soubesse quem você é, eu pensaria que está preocupada com meu bem-estar.
Petra: Pare de drama, Giraud! Eu só queria saber o que está fazendo.
Benjamin: Sério agora, eu quero me desculpar cem vezes por ter sido um idiota e botar sua reputação em jogo… mas acho que você pode esperar e me ouvir dizer “obrigado” de novo.
Petra: De nada!
Benjamin: Por tudo que você fez. Quero dizer, eu realmente não poderia dizer o quanto isso significou pra mim.
Petra: Tá, tudo bem… é o bastante.
Benjamin: Fui muito intenso?
Petra: É, um pouco. Quero dizer, agora você realmente está arruinando minha reputação. Ah, não. Eu espero que isso não seja parecido com a entrevista que você vai postar, você falando tão ternamente do fundo do seu coração… eu pensei que todo o resto era ruim, mas ugh! Enfim, eu só queria saber o que aconteceu com a pista, o que você achou?
Benjamin: Você estava certa, foi uma chance única.
Petra: Sério? Ok, o que…
Benjamin: Eu consegui tudo, Petra. Tudo. Toda a verdade inegável que alguém poderia querer.
Petra: Seja específico, Ben. Você achou algo sobre Biko?
Benjamin: A história completa. O Chief não só é inocente, como salvou o dia. Ele fez o impossível. Eu tenho tudo que preciso para provar isso, e a melhor parte é que eu tenho provas da UEG claramente comprometendo a si mesma, em negligência legislativa, e aí conspirando com os políticos de Biko para encobrir tudo. Coerção, suborno, tudo isso. A ONI e a UEG estiveram sacrificando o Chief todo esse tempo para salvar a si mesmos, para distrair o público do que eles estavam fazendo. Mas agora, tudo isso está nesses arquivos que eles nunca quiseram que nós víssemos. Eu os peguei. No flagra.
Petra: Não, Ben. Eles vão apenas suprimir tudo isso. Quero dizer, qual é…
Benjamin: Eles vão tentar. Eu não sei quando vai acontecer ou como eles vão fazer isso mas eles fizeram algum esquema com Biko. Eles vão trazer os verdadeiros perpetradores à justiça, mas de algum modo, ainda deixar o Chief ser acusado também. Eu não vou deixar isso acontecer. Nós vamos limpar o Chief e expor a ONI.
Petra: Nós? Nós quem?
Benjamin: Ray, eu e Petrosky.
Petra: Ah, os três amigos, hã?!
Benjamin: Tudo vai acontecer amanhã.
Petra: Ben, você não tem que fazer as coisas assim…
Benjamin: Petra, tá tudo bem, tá tudo bem. Eu sei que está preocupada com que eu não consiga fazer isso, que eu sou desastrado, e você estava certa sobre tudo isso. Mas dessa vez, eu…
Petra: Não. Eu só não quero ver nada ruim acontecer.
Benjamin: Eu preciso fazer isso.
Petra: Então amanhã, hã?! Qual é o seu grande plano? Vazar e esperar que mordam a isca?
Benjamin: Não, eu não vou deixar isso passar. Eu vou até o fim.
Petra: O que isso quer dizer?
Benjamin: Na verdade, eu estava esperando que pudesse me fazer um favor. Comece a propagar isso na sua rede, pode ser offline, mas acredite, ninguém vai querer perder isso.
Sentado aqui no transporte, preparando as coisas para amanhã, eu me dei conta de quanta sorte eu tenho por fazer parte disso. Se eu, Ray e Petrosky obtivermos sucesso, toda a escuridão na qual a ONI nos mergulhou por gerações finalmente irá clarear. E é por causa da ajuda de muitas pessoas corajosas. Para todos que arriscaram muito e todos que me deixaram mensagens, para todos os meus amigos, eu quero dizer “obrigado”. Essa vai ser minha transmissão final. Amanhã vocês irão testemunhar o final desta história, que todos nós merecemos. Depois disso, eu desaparecerei, pelo menos por um tempo. Mas dependendo de como tudo ocorrer, eu espero estar de volta em breve.
Para todos que ouviram a minha história, os que acompanharam e se pronunciaram, eu quero que cada um de vocês saiba que, simplesmente por estarmos de posse da real verdade, nós temos o verdadeiro poder. E no ato de compartilhar tal verdade, nós empunhamos esse poder. Por favor, nunca se esqueçam disso. Foi minha honra e grande sorte de ter acesso a suas opiniões emocionadas e histórias honestas. Foi verdadeiramente gratificante. Então para todos vocês ouvindo neste momento, eu quero dizer, do fundo do meu coração, obrigado.
Acima de tudo, porém, eu quero agradecer ao Master Chief. Chief, você nos salvou de mais maneiras que qualquer um de nós, talvez até mesmo você, pudesse saber. Você sacrificou muito por nós, e qualquer que seja o custo de minhas ações amanhã, eu acredito que é um sacrifício que nós devemos a você e todos aqueles que servem. E se eu for bem sucedido, no fim todos vão saber que você ainda é o salvador que nós precisávamos que fosse.
Petra: Ok, mas o que é isso? O que é o anúncio?
Benjamin: Nós vamos à ECB. Consegui um lugar privilegiado, falei com o produtor. Iremos ao ar. Distribuição completa.
Petra: Ok, você quer dizer, você quer dizer que…
Benjamin: Amanhã nós vamos estar ao vivo. Potencialmente na frente de cada pessoa viva. Vamos limpar o nome do Chief antes que o queimem. Vamos desmascarar o monstro de uma vez por todas e com todos assistindo… eu vou queimar a ONI até o fim.
Sou Benjamin Giraud e essa tem sido a Caça À Verdade
Apresentador: Estamos de volta! Mais tarde nós continuaremos com a cobertura do dia memorial, com mais histórias de sobreviventes dos campos dos insurgentes. Mas primeiro, temos uma emocionante exclusiva aqui na EBC, o jornalista Benjamin Giraud está aqui para falar de sua história, que tem causado muita agitação nas Colônias Exteriores e aqui na Terra. É chamada “Caça À Verdade – A História por trás do Master Chief”, e Ben está aqui para falar de alguns desenvolvimentos impressionante sobre a história. Bem-vindo ao programa, Ben!
Benjamin: Obrigado! É ótimo estar aqui. Eu…
Apresentador: Ben, me desculpe, espere um pouco… nós acabamos de receber notícias de última hora sobre Biko. Após uma investigação, a magistrada Laurel Adams e os oficiais da UEG acabaram de liberar mais vídeos de segurança e relatos sobre o massacre na embaixada, formando uma declaração conjunta de que denúncias federais foram arquivadas contra um grupo extremista chamado Sapien Sunrise, efetivamente limpando o Master Chief e os Sangheili de qualquer ato transgressor. A UEG chamou o massacre de “um ataque contra a paz” e vai continuar com a diplomacia com as delegações alienígenas. O senador Andrew Del Rio também se pronunciou, retirando as condenações anteriores, chamando o Chief de “heroi perene” e dizendo que “todas as estátuas dele são monumentos que deveriam ser considerados tesouros”. De acordo com seu escritório, numa nota desta manhã, o senador vai se afastar por algum tempo do cargo, por questões familiares não divulgadas. Uau, Ben, você esteve trabalhando nesse perfil do Master Chief por um tempo… o que você vai fazer com isso tudo? Você realmente acredita que o Chief fez aquilo? Ben, minhas especulações sobre culpa…
Benjamin: É clássico que a ONI tenha a verdade. Sim, Chief foi o heroi em Biko, mas os Sapiens poderiam ter feito tudo sem a UEG. Se você observar o arquivo da conversa da Adams que eu mandei, você vai ver o que eu quero dizer.
Apresentador: Ah, parece que estamos processando todos os arquivos…
Benjamin: Tudo bem, eu posso mostrá-los.
Apresentador: Ok…
Benjamin: Desculpe, eu estou tendo problemas… ah, é melhor eles não… eu não posso… espere, espere, me deixe tentar de novo.
Apresentador: Ok, então vamos recapitular, para aqueles que ainda não conhecem sua história. Então você estava dizendo…
Benjamin: Sekibo pediu ajuda na segurança à UEG antes das reuniões e eles rejeitaram imediatamente. Poderiam ter providenciado algumas dúzias de guardas, mas eles nem mesmo leram o pedido. E agora eles estão fazendo parcerias com a Adams? Quero dizer, qual é?
Apresentador: Você está dizendo que a embaixada de Biko fez um pedido de segurança mas foi deixada vulnerável porque o senado negou o pedido sem deliberação apropriada?
Benjamin: Negligência arrogante é o que estou dizendo.
Apresentador: Mas a embaixada não disse isso.
Benjamin: Não aos repórteres! Não à ninguém, eles arrumaram tudo do jeito que quiseram, ah… me desculpe, eu tenho uma pergunta… onde está Ray Kurzig? Quero dizer, ele te mandou os arquivos, certo?
Apresentador: Sim, nós recebemos seus arquivos, mas…
Benjamin: E agora ele não está aqui, supostamente era pra ele estar aqui comigo.
Apresentador: Vamos em frente…
Benjamin: E quanto ao Petrosky? Ele vai desaparecer também?
Apresentador: O cabo Petrosky em breve estará conosco. Vamos manter o foco.
Benjamin: É claro. Me desculpe.
Apresentador: Você originalmente foi contratado pela ONI para fazer essa história, correto?
Benjamin: Sim, está certo.
Apresentador: E… o que aconteceu?
Benjamin: Bem, eu me deparei com algumas inconsistências entre as fontes e eles me despediram.
Apresentador: Você foi despedido por achar… inconsistências?
Benjamin: Não, olha. Não aja como se estivesse tão surpreso assim. Nós dois sabemos que a ONI faz você distorcer a história só para, você sabe, parecer melhor. Mas essa história do Chief, estou dizendo que foi algo completamente diferente. De primeira, as rachaduras eram pequenas. Mas aí foi piorando e piorando até que nada fizesse sentido e eu tentei consertar isso até… até que eu achasse a verdade. As fontes que eles estavam me dando eram falsas, eram atores. Quero dizer, nem todos. Alguns eram pessoas precisando de uma ajuda e outras não tinham problema algum em me dar uma mentira elaborada. Mas sério… atores? O quão desonesto isso é?
Apresentador: Ainda estamos trabalhando para verificar a legitimidade de todos aqueles arquivos mas nós temos o vídeo pronto para ser exibido. Gostaria de apresentá-lo?
Benjamin: Sim, absolutamente. Então vocês estão prestes a ver Deon Govender, o suposto técnico de boxe de John em sua infância. Esse cara me envolveu na mentira dele e aí eu achei esse vídeo dele aperfeiçoando sua performance para o papel.
Deon: Em Elysium City, as pessoas desapareciam naquela época…
Agente da ONI: É isso? Wow, ok… essa voz falhada foi boa. Tudo bem, legal. Ainda vamos falar das aulas…
Benjamin: Pode parar por aí.
Apresentador: É… eu não sei o que dizer.
Benjamin: Eu sei.
Apresentador: Estamos aqui com Benjamin Giraud para essa história impressionante. Nossa equipe está trabalhando diligentemente para verificar toda evidência e documentação que Ben providenciou para fundamentar sua história, se você acabou de ligar a tv.
Benjamin: Então essa é a parte desagradável. O verdadeiro Deon está morto! Isso é o quão longe a ONI foi pra encobrir tudo isso.
Apresentador: O quê exatamente você diz que eles estavam escondendo? Por quê a ONI iria arranjar tanto problema…
Benjamin: O programa Spartan-II. É exatamente o porquê. Se pergunte o seguinte: como eles fizeram para recrutar todo um batalhão de herois incríveis? Eles não esperaram para recrutá-los. Alguém na ONI fez uma lista de impressionantes jovens crianças, as sequestrou, colocou clones designados para morrer no lugar, e secretamente fizeram lavagem cerebral para que se tornassem soldados e aí fizeram procedimentos genéticos nelas.
Apresentador: Em primeiro lugar, o que você descreve é inescrupuloso, e se for verdade, não estamos falando sobre fraudes aqui. O que você está relatando são crimes hediondos contra a humanidade.
Benjamin: Completamente. É exatamente onde eu estava, mas eu trouxe arquivos…
Apresentador: Antes de continuar, eu fui informado de que nossa equipe acabou de revisar os arquivos, incluindo o que nós assistimos, alguns datam de quarenta anos atrás, e eu me pergunto… como você explica o fato de que todos os arquivos que você nos mandou foram criados nos últimos dois meses?
Benjamin: O quê?
Apresentador: Ben, eu não sei que tipo de jogo você está fazendo aqui mas nenhum dos arquivos é verdadeiro. Você nos providenciou fabricações.
Benjamin: Quê? Não!
Apresentador: As entrevistas, os documentos…
Benjamin: Não, não, não, não, não é verdade.
Apresentador: O que você está tentando fazer aqui? Ou porquê acha que pode vir ao meu programa…
Benjamin: Mas isso é… Charles, como você pode usar isso ao seu favor?
Apresentador: Você achou que nós não checaríamos?
Benjamin: Espere um minuto… se fosse, de alguma maneira, verdade eu ter inventado tudo isso, por quê eu viria aqui admitir meu próprio crime?
Apresentador: Eu não faço ideia, sr. Giraud! Exposição, fama, ego? Todas as alternativas? Não seria o primeiro teórico que…
Benjamin: Não, não, não é… ouça…
Apresentador: No meu programa, nós examinamos as fontes. O que é o motivo pelo qual eu estou prestes a te tirar daqui.
Benjamin: Eu estou aqui, Charles, tentando expor sequestros em massa apoiados pelo governo. Isso é digno do seu programa?
Apresentador: Bem, Ben, isso seria muito valente de sua parte se você não tivesse forjado completamente todas as provas e…
Benjamin: Você não acredita em mim! Petrosky pode verificar tudo isso, ponham ele aqui e perguntem à testemunha ocular. Você pode fazer isso?
Apresentador: Ficaria feliz. Se juntando a nós agora, o ODST aposentado Cabo Anthony Petrosky.
Benjamin: Obrigado! Finalmente!
Apresentador: Anthony, olá!
Anthony: Boa tarde.
Apresentador: A honra é nossa. É sempre bom ver um veterano em uniforme.
Anthony: É uma honra estar aqui.
Apresentador: Vamos ao que interessa… você esteve trabalhando com Ben.
Anthony: Sim, eu estive em contato com o sr. Giraud por algumas semanas.
Benjamin: Anthony, conte a eles sobre os procedimentos!
Apresentador: Ok, sr. Giraud, você está interrompendo…
Benjamin: Estou tentando explicar tudo…
Apresentador: Não me faça desligar seu microfone. Me desculpe, Anthony… em que circunstâncias você o contatou?
Anthony: Alguns meses atrás, eu contatei ele como parte de uma investigação especial…
Benjamin: O quê?
Anthony: A UNSC estava atrás de uma seita que ameaçava começar uma guerra interregional.
Benjamin: Não, isso não é o que nós combinamos…
Anthony: Nossa tarefa era se infiltrar no grupo e expor um membro proeminente.
Apresentador: O Master Chief?
Anthony: Sim, senhor.
Apresentador: Então você estava disfarçado.
Anthony: Sim, senhor. Eu estava me passando por um ex-militar interessado em ideologias extremistas…
Benjamin: Anthony, Anthony, o que está fazendo?
Anthony: Então eu entrei em contato com o sr. Giraud e o convenci de que queria ajudá-lo a demonizar a ONI.
Benjamin: Anthony, não faça isso.
Anthony: Ganhei sua confiança ajudando-o a fabricar afirmações sobre atrocidades que eu testemunhei pessoalmente.
Benjamin: Anthony, não faça isso!
Apresentador: Ele está fora de controle!
Benjamin: Anthony, eu não sei porque você…
Apresentador: Cortem o microfone dele! Sr. Petrosky, por favor, continue.
Anthony: Eu ajudei o sr. Giraud a montar entrevistas que parecessem convincentes o bastante para seus ouvintes.
Apresentador: Então você estava o ajudando a fazer afirmações provocativas para seu show, mas o tempo todo você estava servindo a UNSC em seu papel como um agente disfarçado, correto?
Anthony: Sim, senhor.
Apresentador: Alguma dessas afirmações era verídica? Você testemunhou algo que possa corroborar os rumores sobre o programa Spartan, as abduções?
Anthony: Não, senhor. Eu nunca testemunhei nada do tipo. Eu nunca vi alguma criança com cicatrizes de procedimentos biológicos, e sobre todo o resto, ONI e o programa Spartan, eu estava apenas dramatizando velhas histórias militares. Ninguém realmente começou aqueles rumores.
Apresentador: Imagino que tenha sido difícil enganar o público, difamar um heroi…
Anthony: Sim, senhor. Essa é a parte mais difícil.
Apresentador: E você nunca encontrou John-117?
Anthony: Não, eu nunca encontrei John-117, mas eu ficaria honrado se isso acontecesse algum dia. Ele é o mais grandioso heroi de nosso tempo, ninguém deixaria de registrar o momento em que o encontrassem.
Apresentador: Bem, obrigado por vir e obrigado pelo seu serviço.
Anthony: Obrigado.
Apresentador: Senhoras e senhores, se vocês acabaram de ligar a tv, estamos aqui com Benjamin Giraud, cobrindo a história enquanto ela se desdobra ao vivo. Ben, você tem algo a dizer em sua defesa?
Benjamin: Eu não sei o que a ONI fez a ele, mas aquilo foram mentiras que o obrigaram a dizer. Eles forçaram um homem de bem, um soldado, a mentir para me fazer parecer um bobo.
Apresentador: Deixe-me tentar ajudá-lo…
Benjamin: Você sabe que é um fantoche, certo?
Apresentador: Vamos lidar com fatos.
Benjamin: Perfeito, perfeito.
Apresentador: Onde você achou os arquivos que você diz que vieram da ONI?
Benjamin: Você–
Apresentador: Se há um momento para divulgar as fontes, Ben, esse momento é agora!
Benjamin: Eu estou ficando realmente farto disso.
Apresentador: Somos dois.
Benjamin: Ouça, eu não sei o que o registro diz, mas eu baixei esses arquivos há dois dias de um servidor que acessei em uma instalação abandonada da ONI em Bliss, ok?
Apresentador: VocÊ achou seu tesouro de segredos do governo em um servidor desprotegido em um planeta envidraçado?
Benjamin: Eu vi as conspirações que vocês constroem, eu só nunca pensei que terminaria desse jeito.
Apresentador: Sr. Giraud, eu quero lhe mostrar algo. Esse vídeo foi gravado há dois dias. Esse é você entrando nas instalações em Bliss?
Benjamin: Quê?
Apresentador: Os arquivos que você mandou foram todos postados dois dias atrás daquela instalação que nós acabamos de ver você entrando.
Benjamin: Como vocês, espera… como vocês conseguiram essa gravação?
Apresentador: E ontem, a polícia local achou um extenso arsenal de armamento e aquele seu servidor nas instalações.
Benjamin: Você está…
Apresentador: A propriedade na qual as instalações estão localizadas pertence a uma organização ligada à uma insurgente chamada FERO, que hoje mais cedo foi implicada por membros sobreviventes do Sapien Sunrise como a fornecedora das armas utilizadas no massacre da embaixada.
Benjamin: Você está tentando botar a culpa da morte de Sekibo em FERO?
Apresentador: E as modificações de tais armas estão ligadas ao mesmo local que as modificações que a polícia encontrou nas armas em seu armazém.
Benjamin: Ok, ok, eu entendi. Me deixe adivinhar: eu sou um terrorista que esteve trabalhando para FERO todo esse tempo?
Apresentador: Não, aparentemente você não está trabalhando para ninguém, sr. Giraud.
Benjamin: O quê? O que é isso?
Apresentador: Nós também recebemos essa gravação de segurança de alguns dias atrás mostrando dois membros do Sapien Sunrise entrando em seu prédio…
Benjamin: Eles não eram do Sapien, eles eram agentes da ONI…
Apresentador: onde, de acordo com alguns relatos, eles foram assassinados
Benjamin: Eles foram assassinados?
Apresentador: Não era um acordo de armas, Ben?
Benjamin: Eles eram da ONI e estavam vindo para me matar! FERO…
Apresentador: Pela primeira vez, agentes da ONI acharam uma procuração de uma das contas bancárias usadas para dar fundos às atividades terroristas de FERO, perto de seu apartamento em uma loja de armamento. Aqui está um vídeo de você fazendo a transação.
Benjamin: ONI entrou no meu apartamento, eles mandaram gente para me matar! Ela salvou a minha vida, ela me deu dinheiro! Eu só estava tentando ficar vivo!
Apresentador: Nós temos todos os relatos do bairro. As únicas pessoas que entraram em seu prédio aquela noite foram você e os dois membros do Sapien Sunrise que você matou.
Benjamin: Eles não são Sapiens… não, não, não…
Apresentador: Olhe, sr. Giraud, FERO, o que quer que você se chame. Você não tem escapatória. Então nós podemos pular para a parte na qual você faz seu grande discurso rebelde para toda a civilização ouvir, porque eu gostaria de encerrar o circo que esta entrevista está sendo.
Benjamin: Você…
Apresentador: Não?
Benjamin: Você não…
Apresentador: Tudo bem. Já tive minha dose diária de sociopatia ofensiva.
Benjamin: Cadê o Ray? O que aconteceu com Ray?
Apresentador: Raymond Kurzig está bem. Nós falamos com ele ontem.
Benjamin: Eu não acredito em uma palavra sequer que saia da sua boca.
Apresentador: Ray nos providenciou todos os arquivos que você deu a ele, conforme você pediu. Mas ele também nos deu informações exatas sobre como você fabricou…
Benjamin: Onde ele está agora? Eu quero provas de que Ray Kurzig e sua família estão vivos, bem e se locomovendo livremente. Liguem para ele agora mesmo.
Apresentador: Após todas essas acusações sem fundamento de atrocidades e traição, essa sua caça à verdade imoral está atingindo pessoas inocentes. Permita-me falar em nome de nossa imprensa livre e todos em todos os cantos do espaço ocupado. Quando eu digo, sem restrições, que você é a atrocidade, sr. Giraud…
Benjamin: ONI matou Mshak!
Apresentador: Você é a definição de um traidor.
Benjamin: Se eles me botarem em um saco preto e me jogarem num buraco, eu não sei…
Apresentador: Ok, já chega, já chega.
Benjamin: Ouça, eu ouvi tanto nos últimos meses que eu sei, eu sei o que significa quando eu digo que o Chief é um heroi! Ele é o meu heroi! Ele deveria ser o heroi de todos, mas vocês o dispensaram, seus amigos interesseiros!
Apresentador: Acabou, cortem o áudio dele. O sr. Giraud agora ficará sob a custódia de agentes federais.
Benjamin: Acordem suas mentes! Decidam por si mesmos não se deixar levar por… sai daqui!
[sons de briga]
Apresentador: Cortem o microfone, cortem o microfone. Acabou pra você!
Me desculpem, senhoras e senhores. Gostaria de pedir desculpas a todos que tiveram que testemunhar isso. Esses são os perigos da reportagem ao vivo, eu certamente não iria apenas sentar e deixar aquele tipo de fraude sujar o meu programa. Pelo menos agora nós sabemos a verdadeira história. Sou Charles Kessler, estaremos de volta após os comerciais.
Todos viram. O Chief foi inocentado e o mundo explodiu no rosto de Ben.
E agora nós finalmente tínhamos uma história para contar a nós mesmos: o heroi e o traidor. Essa era a história que nós realmente queríamos ouvir. E até onde a ONI sabia, isso é tudo como deveria ser. Todos os rumores repulsivos da ONI e difamações sobre o Chief seriam jogados aos pés de Ben, ele seria humilhado publicamente, e com Ben como o cordeiro sacrificial, as Colônias Exteriores voltariam ao seu redil. Depois, eles fariam a energia voltar e toda aquela raiva incendiária desapareceria em qualquer buraco que estejam atirando Benjamin Giraud neste momento. Ben disse que seu orgulho ferido pelo jeito com que a ONI o jogou de lado que realmente o fez explodir. Eles o usaram. Eu tinha que dar o braço a torcer, não importa a maneira com que a ONI fez isso, o jeito com que todos aqueles dominós caíram… foi esperado. Eu sempre pensei que era inteligente demais pra tudo isso, mas no fim eu fui apenas mais um peão no jogo deles. Sua jogada de mestre. O servidor em Bliss foi a ruína de Ben, era uma isca. Se eu supostamente a pegasse ou eles sabiam que eu passaria adiante, de qualquer modo, eles me usaram. Enquanto Mshak e Ray e Petrosky e todo o resto que chegou perto da história de Ben foram ameaçados, a ONI não fez nada comigo. E a partir do momento em que eu não caí em sua teia, eu estou livre pra ir pra longe de tudo isso.
No fundo, eu acho que Ben só queria respeito. Mas essa não é a moeda da ONI. Para eles, é tudo sobre medo. Mas eu não tenho medo. Não com o que eu tenho. Ben foi desastrado, mas Ray não. Ele mandou as cópias dos arquivos para alguém que ele confiava, em todo caso. Essa é a minha história agora, minha missão. Então eu vou continuar de onde Ben parou, vou desenterrar a verdade e vou deixá-la à mostra. Não por causa de algum princípio sublime, não. É só aquele orgulho ferido me arranhando como arranhou Ben. Mas diferente de Ben, eu prefiro fazer as coisas do jeito da ONI. Eles vão desejar que eu tivesse caído naquela teia também. Essa é a minha investigação agora, e eu não dou a mínima para respeito. Essa história será toda baseada em medo.
Sou Petra Janecek, e essa é a Caça à Verdade.
Tradução: Roberta Fernandes