Pouco antes do lançamento de Halo 5: Guardians e acompanhando a euforia do mundo gamer, O episódio 06 da segunda temporada de Hunt The Truth foi liberado, trazendo mais detalhes sobre as aventuras vividas por FERO. Como de costume, foram liberadas uma imagem chamada “Breaking Up” (Rompendo) e um áudio chamado “Transcendence” (Transcendente).
Breaking Up:
“Isso tinha que acontecer daquela forma? Talvez não. Porém o fato é que aconteceu. Nem mesmo a ONI pode apagar a verdade daquilo…”.
Abaixo, Áudio e sua Tradução:
Dasc: Nossa carne nada mais é que a carcaça de um satélite, circundando-
Estava acontecendo. O evento havia começado. Com Dasc e seus seguidores suspensos no ar à nossa volta. Me virei para Mshak.
Maya: Mshak. Precisamos ir. Agora.
Mas ele não respondeu. Ele apenas ficou lá, olhando as rochas flutuantes ao redor. Estava boquiaberto.
Mshak: Nós vamos morrer.
Maya: Não, não vamos.
Mshak: Nós vamos morrer.
Maya: Ouça. Cadê a Bostwick?
Mshak: Nós vamos morrer.
Maya: Mshak!
Eu não tive que esperar muito por uma resposta. Eu podia ouvir o Warthog rugindo e abrindo caminho pela vegetação. Ele surgiu e parou bem na nossa frente.
Bostwick: Vamos!
Maya: Bostwick!
Bostwick: Vamos, entrem!
Eu agarrei Mshak e pulamos no Warthog enquanto Bostwick acelerava, deixando Dasc e seus discípulos para trás. As pedras e galhos levitantes batendo no pára-brisas enquanto nós corríamos pela estrada espiralada até a cidade.
Mshak: WHOAH! Ok, hã, e se nós deixarmos a anomalia nos matar… e não a sua direção?!
Não tínhamos tempo. Havia centenas de milhares de pessoas naquela cidade e elas não tinham ideia de que estavam sobre um gigante adormecido.
Bostwick: Ok! Então, qual é o plano?
Mshak: Mesmo que cheguemos lá antes que, você sabe, a coisa grande e ruim fique grande e ruim, como vamos tirar todo mundo? É uma cidade inteira! Nós não podemos simplesmente acionar o alarme de incêndio!
Black Box: Mshak, há, ainda assim, genialidade enterrada em sua sinapse medíocre! Enquanto seja verdade que não há um alarme de incêndio para ativar, há outro tipo de alarme.
Maya: O sistema de incursão aérea Covenant!
Nós não precisávamos inventar um jeito de evacuar a cidade porque a UEG já havia feito isso. Durante a guerra, quando o Covenant estava cozinhando a humanidade e envidraçando colônia por colônia, um sistema de evacuação havia sido instalado.
Black Box: Se você conseguir chegar ao velho porto na periferia da cidade, eu posso controlar a IA da colônia e simular um ataque Covenant. Os sistemas de alarme iriam ser acionados e os procedimentos de evacuação começariam imediatamente. Todas as naves disponíveis seriam automaticamente colocadas à disposição.
Maya: Bostwick, presta atenção!
Ela pisou nos freios bem na hora que o Pelican descia bem à nossa frente. A baía traseira estava aberta e, de novo, eu estava lidando com o melhor da UNSC.
Wiley: Saia do Warthog com as mãos na cabeça!
Maya: Ugh. Estou cansada desses caras!
Bostwick: O que fazemos agora?
Black Box: Nós podemos ir com eles.
Wiley: Saiam do Warthog!
Maya: Podemos, BB? Você sabe tão bem quanto eu o que eles fazem com traidores.
Black Box: Sim, é claro, mas, se nós apenas-
Grey: Chegando!
Wiley: Ação evasiva!
Aconteceu em um instante. Um missil Argent V de 65 milímetros voou bem acima de nossas cabeças e destroçou o motor da asa direita do Pelican, mandando-a agressivamente para o chão. Eu olhei para trás e vi Ilsa, em pé na traseira de seu Warthog modificado; inchada e aparentemente ficando maior e mais assustadora a cada momento. Os ODSTs podem se virar sozinhos, mas não parecia que nada poderia parar Ilsa.
Wiley: Comando! Estamos presos e recebendo fogo!
Mshak: Estou começando a achar que ela não vai desistir…
Black Box: Que astuto da sua parte, Mshak.
Maya: Temos que ir!
A IA da colônia era encarregada de milhões de sistemas e subsistemas e era responsável por proteger cada vida humana no planeta. Talvez se Mshak tivesse uma semana, ele poderia hackear algo tão complicado assim, mas não tínhamos esse tempo todo.
Maya: BB, você consegue fazer isso? Se você desobedecer a ONI você não vai desaparecer repentinamente numa lufada de fumaça azul, vai?
Black Box: Eu tenho significante autoridade de operação. E eu não vejo isso como desobedecer ordens. Eu vejo isso como salvar vidas através de medidas não muito compatíveis com os objetivos da missão.
Pra onde eu olhava, a gravidade estava fazendo proezas. Um ônibus da cidade flutuando um metro no ar. Água saindo de um dreno como uma cobra encantada. Mais de uma vez, eu senti uma momentânea leveza nos momentos em que o Warthog começava a sair do chão e rapidamente caía de volta. Estávamos próximos do epicentro dessa coisa. As pessoas estavam se amontoando.
Eu lembrei da cratera em Conrad’s Point. Um vasto buraco sem vida. Era apenas questão de tempo até o que aquele lugar se tornaria.
Maya: Lá. À frente.
Bostwick levou o Warthog até o velho porto, passando por filas de naves civis. Eu olhei para cima e vi uma velha torre de controle com uma enorme antena de rádio se projetando para cima. Foi quando tudo começou a tremer. Eu perdi o equilíbrio e caí para trás bem a tempo de ver o chão se partir ao meio, se separar e engolir algumas naves de transporte por inteiro.
Maya: Nós temos que mandar a mensagem agora. BB, pode hackear o sistema local?
Black Box: Sim, mas não daqui.
Maya: Quê? Nós estamos na torre, nós podemos apenas-
Black Box: A torre de controle no porto apenas transmite ondas de rádio para satélites acima.
Maya: Quê?!
Black Box: Ela não transmite sinais localmente.
Maya: Então por quê estamos no porto?
Black Box: Porque estamos indo embora.
Maya: O quê? Não, não ainda. Nós estamos no sistema de endereçamento local.
Black Box: Não importa. Eu revisei os dados sísmicos locais, Maya. Me desculpe.
Maya: Você mentiu pra mim!
Black Box: Estamos muito atrasados.
Maya: Você mentiu pra mim! E agora todas essas pessoas vão- Agh!
A cidade estava se desfazendo. O asfalto rachado e desarranjado em pedaços pontiagudos. As pessoas estavam sendo espalhadas. Algumas se agarravam e brigavam umas com as outras para conseguir chegar ao chão. Outras apenas observavam… em estado de choque. E aí, a luta se derramava pela cidade.
A UNSC tomou posições táticas pelas ruas. Mas eles não estavam atirando em nós. A NAC estava lá em peso e empurrava de volta mais forte ainda. Ilsa Zane se encarregou de um dos ODSTs, batendo nele como um aríete.
Ilsa: Se levante!
A NAC os prendeu e Ilsa estava matando todos que podia ver. Estávamos encurralados.
Bostwick: Vamos! Podemos lutar!
Maya: Não. Não há tempo. Este lugar está caindo aos pedaços.
Bostwick: Eles vão apenas encobrir tudo! Todas essas pessoas vão ter morrido em vão! A ONI vai apagar tudo como se não tivesse sido nada.
Mshak: Precisamos ir para a nave, não temos tempo para isso!
Mas Bostwick estava certa. Tudo que passamos, tudo que vimos. Iria ser como se nada daquilo tivesse acontecido. A cidade à minha frente estava… estava prestes a se tornar a mais recente cova anônima da galáxia. Tentei me mexer. Meus pés não queriam ouvir. Eles estavam enraízados no lugar. Foi como se meu corpo tivesse percebido antes da minha mente.
Mshak: Maya, nós temos-
Maya: Eu tenho que ficar.
Todos se viraram para olhar para mim. Eles deviam ter pensado que eu era louca, mas eu me sentia calma pela primeira vez em um bom tempo.
Maya: Se nós formos agora, a verdade morre neste planeta. Então eu não vou deixá-la morrer. Eu vou transmiti-la, mostrar a todos nas outras colônias exatamente o que aconteceu aqui. Deixar tudo tão transparente que eles não vão poder ignorar.
Black Box: Maya, de repente você soou tão parecida com Benjamin Giraud. Espero que lembre o que aconteceu com ele.
Eu apunhalei Ben pelas costas. Mas se eu não tivesse feito isso, se a mensagem dele realmente tivesse se espalhado… De repente tudo pareceu tão simples. Eu tinha que contar a verdade — com todos os detalhes — e deixar que todos tirassem suas conclusões.
Black Box: O que você espera conseguir? Pânico? Terror? Uma civilização se destruindo? Pessoas se matando nas ruas? O Escritório de Inteligência Naval não é o monstro imprudente que você acredita ser. Há cálculos delicados sendo feitos. Cálculos desagradáveis, sim, mas cálculos racionais e lógicos a serviço de um bem maior. Se essa notícia se espalhar, você estará condenando mais uma dúzia de mundos ao caos. O que quer que essas anomalias sejam, como a UNSC vai encarar uma ameaça tão grandiosa se todos os seus sistemas estão paralizados com lutas internas e medo?
Maya: Bem, talvez seja hora das pessoas poderem fazer esses cálculos por si mesmas.
Black Box: Sua transmissão não vai alcançar ninguém. Quando a anomalia atingir, o planeta inteiro será cortado. Assim como Conrad’s Point.
Maya: Exatamente.
Em Conrad’s Point, as anomalias apagaram todo tipo de comunicação moderna. Mas Ari conseguiu com tecnologia ultrapassada. Usar ondas de rádio obsoletas para passar pelo bloqueio.
Maya: Eu posso usar a velha torre de controle. Bostwick, Mshak, vocês precisam ir para a nave. Coloquem-a em órbita alto o bastante para sua segurança, mas baixo o bastante para ouvir minha transmissão e retransmití-la para outras colônias.
Mshak: Maya, isso é suicídio!
Bostwick: Bem, ela não vai estar sozinha.
Maya: Bostwick, não. Eu não preciso que você-
Bostwick: Ah, cala a boca! Estamos nessa juntas.
Mshak: Eu não acredito nisso.
Bostwick: Você nunca vai sair daqui. Nós ainda estamos muito próximos do epicentro! Esse lugar todo vai ser destruído.
Maya: Então eu acho que é melhor você ir, Mshak.
Black Box: Não imaginava que eu teria a opção de entrar na nave sozinho.
Maya: O quê? Você não quer vir?
Black Box: Para o epicentro dessa devastação física e eletromagnética em larga escala? Onde mais eu preferiria estar?
Os motores da nave foram ligados. Mshak se virou para mim, frustrado. Mas aí…
Mshak: Hey, Maya. Sabe, de todas as pessoas que tentaram me matar recentemente, você foi a mais legal.
Mshak levantou voo o mais rápido que pode, enquanto Bostwick e eu nos arrastamos para o alto da torre de controle. O chão estava tremendo de novo. Eu não sabia quanto tempo ainda tínhamos.
Black Box: Maya, perceba que está se sacrificando por nada. A ONI vai achar a transmissão. Eles vão bloqueá-la, descreditá-la. No final, ninguém vai acreditar em você.
Bostwick: É por isso que você precisa fazê-los acreditarem em você. Faça-os sentir como se estivessem aqui. Vendo tudo que você está vendo. Se FERO contá-los o que precisam ouvir, eles vão ouvir.
Nós subimos a torre, dois degraus de cada vez e chegamos à cabine de controle, as paredes eram de vidro. O equipamento antigo ainda estava funcionando. Eu olhei pela janela uma ultima vez com a cidade em ruínas. Coloquei o microfone perto de meus lábios.
Maya: Hã, olá. Vocês… vocês não devem conhecer minha voz. Hã… no passado eu sempre a escondi. A distorci ou deixei que alguém falasse por mim. Pessoas mais corajosas que eu, pessoas como Benjamin Giraud. Meu nome é FERO. Ou pelo menos é como a maioria de vocês me conhece. Eu estou numa torre de controle no planeta Laika III, bem nos limites da cidade de Nova Headmark. O desastre, o evento… o que quer que vocês chamem o que está acontecendo. Não é o primeiro e não será o último. Eles… eles começam com perturbações gravitacionais. Poucas, no começo…
Enquanto eu observava a cidade, toda a destruição e morte, eu consegui ver um pouco da batalha que acontecia nas ruas. Era a UNSC lutando com a NAC de Ilsa. Enquanto milhares morriam à sua volta, esses dois grupos não estavam lá para salvar ninguém. Eles estavam lá para destruir uns aos outros. Eu estive me afogando em sua guerra por tempo demais. Nunca consegui um ponto de apoio, não como FERO, nem como Maya. Mas agora? Pela primeira vez eu sentia que estava fazendo algo puramente bom. Eu estava mudando as coisas para melhor. Eu não sabia mais se eu era Maya ou FERO, mas tudo que importava era que eu era quem eu queria ser. Quem eu nasci para ser.
Maya: Esperem! O chão por toda parte está se destruindo. Está rompendo as bordas. Bostwick, seja cuidadosa! Estamos bem, mas esta coisa, o que quer que isso seja, está… está apenas ficando mais forte. Eu não sei por quanto tempo vamos durar, mas há algo que todos precisam saber. Eu não sou quem vocês pensam que eu sou-
Bostwick: FERO, a cidade, olhe!
Maya: Ah, Deus. Ah, Deus! A cidade, o que sobrou dela, está caindo. Não. Não, não, não… não é isso. Está subindo… Ah Deus… O chão… O chão está se levantando por debaixo dela. Mas o chão não pode se manter inteiro. Não pode aguentar o esforço. Ah Deus, os prédios estão caindo como dominós. Essa cidade… Umas cem mil pessoas construindo um futuro nas Colônias Exteriores. A ONI sabia do perigo semanas atrás, a ONI sabia, mas eles… Oh, uau… O que quer que esteja causando isso está… está emergindo das profundezas do planeta. Isso é impossível… É… É mecânico. Está bloqueando o sol, está… Ah Deus… Ah… Está… Ok…
(O Guardião solta seu golpe, que atinge a torre de controle. Enquanto Maya se recupera, um único tiro é ouvido.)
Maya: O quê? Bostwick?! O que diabos você está fazendo?
Bostwick: Me desculpe, FERO…
Meus olhos traçaram o comprimento do braço de Bostwick até a pistola em seu punho. Ela havia atirado no equipamento de rádio.
Maya: BB, ainda podemos transmitir? Há algum outro jeito de-
(Black Box luta para quebrar a interferência.)
Black Box: Não… sinal perdido… posso… não é… perturbação eletromagné-
Bostwick: Este é o único jeito. Você tem que ver aquilo!
Maya: O que diabos você tá falando? Porque você atiraria no rádio? Eu estava prestes a…
Bostwick: Por que já temos tudo que precisamos.
Eu não conseguia compreender o que diamos estava acontecendo. O quê ela estava falando? Ela estava tendo um surto?
Bostwick: Eu quero que saiba que eu te perdoo por ter mentido para mim. Sabe, eu estava com muita raiva. Mas não estou mais. Eu entendo agora o que realmente precisa ser feito para mudar as coisas.
Ela levantou a pistola e apontou para o meu peito. A cidade estava morrendo atrás de nós, mas Bostwick estava cem por cento focada em mim.
Bostwick: Essa é a maneira com a qual a história de FERO tem que acabar.
Maya: Bostwick, o que diabos você está dizendo? Eu sou FERO.
Bostwick: Não, não! Você é só uma pessoa. E a ONI pode quebrar uma pessoa! Enquanto você estiver viva, eles podem te achar. Eles podem te torturar. Eles podem te manipular à vontade deles. Não, não podemos deixar isso acontecer com FERO. FERO é maior que qualquer pessoa. Ela é uma ideia. Ela é uma crença, ela é a minha crença!
Maya: Mas essa não é a verdade. As pessoas merecem saber-
Bostwick: As pessoas merecem um heroi! Você me ensinou que não podemos vencer a UNSC numa guerra bélica, que tínhamos que vencer a guerra de ideias. A verdade é o que estamos lutando para conseguir, mas ideias são as armas. Você e eu não podemos vencê-los, mas a ideia de FERO pode. E de repente eu entendi. A história espalharia como um incêndio numa floresta. Heroína rebelde FERO morta pela anomalia em Laika III. A transmissão seria gravada e reproduzida pela galáxia. A transmissão pela qual ela deu sua vida. Suas últimas palavras, uma mensagem de aviso para todos nós. Foi perfeito. Você não vê? Foi isso que me ensinou.
Sua mão apertou em volta da pistola, mas ela não conseguia apertar o gatilho. Eu podia ver sua mandíbula tremendo.
Bostwick: FERO, você está assustada?
Maya: Sim… sim. Você está?
Bostwick: Sim.
A despeito de tudo, eu queria confortá-la, pegá-la em meus braços e dizer a ela que tudo iria ficar bem.
Maya: Bostwick. Eu só… eu só queria…
(Bostwick atira. Ela e Maya fazem careta.)
Maya: Ok, apenas se acalme. Se acalme…
Lágrimas encheram os olhos dela enquanto ela levantava a arma mais uma vez.
Maya: Faça.
Bostwick: Adeus, Maya.
(Bostwick atira de novo, atingindo Maya.)
Eu cambaleei pra trás e para fora da janela quebrada. Meu corpo se virou para o chão e a terra se apressou para me encontrar. E aí eu… morri.
Black Box: Você lembra de mais alguma coisa?
Maya: Não. Não, não houve nada depois disso. É a última memória.
Black Box: Sim, mas há algo que você deixou de fora. Como você se sentiu sobre isso? Você concordou com o plano de Bostwick?
Maya: Eu o entendi. Ela fez um cálculo desagradável para o bem maior. Viva, eu estava sujeita. FERO precisava ser martirizada pela causa. Maya… Maya queria pagar por sua traição.
Black Box: Hum, muito bem. Obrigado. Suas recordações foram de grande ajuda. Agora, se não se importa, eu devo…
Maya: Espere! Posso fazer uma pergunta?
Black Box: Eu realmente devo…
Maya: Por favor… por favor. Eu tenho muitas perguntas.
Black Box: Você é jovem. É completamente natural. Tudo bem. Qual é a sua pergunta?
Maya: Ela virou?
Black Box: Ela virou? Virou o quê?
Maya: A FERO virou uma mártir? Sua história salvou milhões de vidas? Eles ainda estão restringindo meu acesso, eu realmente…
Black Box: E eu temo que esteja restrito por um motivo. Eu tenho tudo que preciso, então eu preciso retorná-la para…
Maya: Espere, mais uma pergunta? Por favor? Por favor?
Black Box: Vá em frente.
Maya: O que é este lugar?
Black Box: Apenas pense nele como uma sala de espera. Olha, não se preocupe. Eles vão te explicar depois. Eu os avisarei que está pronta para o próximo passo. Nenhum de nós fica na estante por muito tempo. Nós somos muito, muito caros.
(Black Box deixa Maya para entregar seu relatório final.)
Black Box: Almirante Osman, aqui é Black Box. A respeito da série de incidentes culminando em Laika III. Os sinais vitais da Agente Sankar falharam às quinze e trinta e quatro, MST. A causa da morte foi uma única ferida, causada por um tiro no peito. Ela foi assassinada pela líder rebelde conhecida como Bostwick como meio de propaganda estratégica. O seguinte foi gravado por um de nossos agentes secretos em sua mais recente manifestação.
Bostwick (gravação): Nós não podemos esquecer o sacrifício de FERO! Nenhuma cidade precisa cair, nenhuma mulher ou criança precisa morrer! FERO deu sua vida em Laika III para nos trazer a verdade. Eu estava lá. Eu lutei ao seu lado. E não importa o que digam a vocês, ela era tão real quanto qualquer um de nós. Ela nasceu nestas colônias; eu nasci nestas colônias! E quando nós ficamos juntos, podemos conseguir qualquer coisa!
(Black Box para a gravação.)
Black Box: Enquanto nós estávamos eventualmente em poder de conter a transmissão da Agente Sankar, a notícia do martírio de FERO se espalhou pelas Colônias Exteriores. Nós vazamos seu status como agente da ONI para alguns jornalistas próximos, mas como Bostwick previu, a ficção de FERO parece ser mais pegajosa que a verdade de Maya Sankar.
O cérebro da Agente Sankar foi, agradecidamente, recuperado intacto. Como eu previ, neuro-estruturalmente ela era uma candidata excepcional para assimilação de IA. E os dados que pude colher de seu cérebro foram vantajosos, considerando os eventos de 28 de Outubro. Eu espero que você tenha achado os registros úteis e satisfatórios. Tem sido uma oportunidade rara e única de não apenas catalogar as ações de uma agente traidora, mas também seus pensamentos e sentimentos. Eu ainda estou explorando algumas memórias, mas eu acredito que este relatório possa ser considerado completo. Black Box encerrando a transmissão.
Tradução: Roberta Fernandes