Os Precursores foram uma raça altamente tecnológica que precedeu e foi mitificada pelos Forerunners. Estes, os classificaram como uma raça “Transsentientes”, que possuíam a capacidade de viajar entre as galáxias e podiam acelerar a evolução da vida inteligente. Enquanto os Precursores desapareceram há muito tempo, na era nos Forerunners, a suas conquistas tecnológicas e arquitetônicas permaneceram espalhadas não só por nossa galáxia, mas fora dela, na nomeada Grande Nuvem de Magalhães.
Os Forerunners conheciam poucos detalhes concretos sobre os Precursores, sendo a maior parte do suposto conhecimento oriundo da mitologia criada por eles mesmos. Sua crença mais central era de que o Manto da Responsabilidade (o papel de guarda da galáxia e de toda vida) lhe foi concedido pelos Precursores. Do ponto de vista Forerunner, a passagem do Manto garantiu que o legado dos Precursores (que segundo os Forerunners, haviam partido pacificamente após essa passagem), permanecesse vivo sob a responsabilidade deles, que continuariam seu trabalho na galáxia. Para os Forerunners, eles e os próprios Humanos foram criados sob a própria imagem dos Precursores. Quando houve a guerra Humano-Forerunner, houveram relatos de que os humanos declaravam-se Herdeiros do Manto, uma afirmação considerada heresia pelos Forerunners.
A maioria destas afirmações eram mitos criados sob uma base histórica duvidosa, fornecendo um conjunto de explicações para os inúmeros mistérios que cercavam os Precursores. Porém, os fatos eram muito diferentes da mitologia que os Forerunners preferiam acreditar.
Os Precursores se originaram fora da Via Láctea e chegaram na galáxia bilhões de anos atrás. Eles eram uma raça incrivelmente avançada de seres que explorou muitas galáxias e semeou-as com vida, ao longo de muitos bilhões de anos, como parte de uma grande experiência. Como seres Transsentientes, eles existiram em um nível além do de organismos biológicos convencionalmente sapientes; eles foram descritos como “sonhadores e criadores, cujas mentes transcenderam muitos reinos, tendo formas infinitas, muitas vozes e propósito singular”.
Os Precursores não estavam ligados a nenhuma forma física específica, podendo assumir qualquer forma conforme considerassem; eles eram capazes de morrerem e reencarnarem por diversas vezes, em formas físicas ou imateriais. Eles viveram diversos estágios do desenvolvimento tecnológico e cultural por inúmeras vezes, sendo às vezes hiper-avançados e espaciais, e outras vezes vivendo primitivamente, confinados aos seus mundos.
Os Precursores basearam sua existência em torno dos conceitos filosóficos do Manto, “Living Time” e um mecanismo meta-tecnológico conhecido como Física Neural, que lhes permitia manipular o tecido do Universo. De acordo com o aspecto filosófico da Física Neural, o próprio Universo é uma entidade viva, embora muito diferente na natureza e escala dos seres orgânicos. A administração dos Precursores para toda a vida envolveu a crença de que toda experiência de organismos biológicos enriqueceu o todo maior e universal, algo que eles experimentaram em primeira mão através da sua constante mudança de natureza. Para conter seu vasto conhecimento e experiência, os Precursores criaram o Domínio, um reservatório quântico transcendente de informações que poderia ser acessado em diversos pontos da galáxia por várias raças além deles, como os Forerunners e provavelmente os Humanos pré-históricos.
Os Precursores foram os responsáveis por semear a Via Láctea com a vida, criando a diversa composição de espécies da galáxia para serem suas “novas ferramentas e companheiros”, além de projetarem milhões de sistemas solares. Ao longo do tempo, eles também julgariam se uma espécie é digna ou não de herdar o Manto, assumindo o papel de tutela para com toda a vida. A espécie humanoide nativa do mundo de Ghibalb, que seria conhecida como Forerunner, foi a escolhida para essa tarefa. Originalmente criados pelos Precursores para servir como seus assistentes e ajudantes, os Forerunners foram julgados indignos de assumirem o Manto, e os Precursores decidiram que a responsabilidade cairia sob outra de suas criações: uma coleção de espécies denominadas Humanidade, provenientes do planeta conhecido como Erde-Tyrene. Quando os Precursores anunciaram sua decisão aos Forerunners em torno de 10.000.000 a.C., estes últimos se voltaram furiosamente contra seus criadores, os levando a uma quase extinção, primeiro na Via Láctea, depois na galáxia satélite conhecida como Path Kethona. Apenas um pequeno grupo conseguiu escapar da campanha de extermínio dos Forerunners. De acordo com os próprios Precursores, os Forerunners golpearam contra seus criadores sem provocação, enquanto alguns Forerunners insistiram que os Precursores haviam planejado acabar com a raça deles antes.
Alguns Precursores escaparam ou foram poupados pelos Forerunners. Eles então entraram em animação suspensa ou transformaram-se em poeira molecular, com a intenção de eventualmente regenerarem-se em suas formas passadas. No entanto, ao longo de milhões de anos e por razões até então desconhecidas, esse pó tornou-se defeituoso e corrompido, não reconstituindo os Precursores e induzindo loucura e mutações em seres que entravam em contato com ele. Esta nova forma seria mais tarde conhecida por Flood, uma forma corrupta dos Precursores não intencional gerada a partir do rancor e dor causado pelos Forerunners: O Flood não é a evolução dos Precursores, longe disso, trata-se de uma derivação corrompida que foi gerada pelos genes e moléculas precursoras. Longe de aceitar o fracasso e a extinção, os Precursores restantes viram o Flood como uma maneira de trazer união para a galáxia e punir os Forerunners por sua insolência. Tomados pelo ódio e jurando que nenhuma de suas criações se levantaria contra eles de novo, os Precursores decidiram que toda a vida seria privada de livre arbítrio e seria fundida em uma só. No final, a soma da criação não intencional dos Precursores seria um reflexo deles mesmos graças ao sofrimento que suas criações lhes causaram.
Cerca de 107.445 a.C., dez milhões de anos após o genocídio causado pelos Forerunners, o império estelar Humano entrou em contato com o pó Precursor que, ao longo de séculos, apresentaria os sinais do Flood. O Flood inicialmente devastou colônias humanas até retirar-se por vontade própria da galáxia, aguardando um momento mais oportuno para exigir sua vingança final sobre os Forerunners. Como parte de seu plano, o Flood intencionalmente não infectou alguns humanos, par deixar a impressão de que a raça humana havia encontrado alguma forma de combater a infecção, o que faria com que os Forerunners desviassem seus esforços para encontrar uma cura até que fosse muito tarde. Ao mesmo tempo, um grupo exploratório humano liderado por Yprin Yprikushma descobriu um pequeno planetoide à beira da Via Láctea. No planetoide, uma capsula de êxtase estava escondida e dentro dela, havia um ser que se denominava Primordial. Os Humanos transportaram a capsula e seu cativo para o mundo capital humano de Charum Hakkor, onde encontraram uma maneira de se comunicar com o ser que afirmava ser o último Precursor e havia sofrido mutação para sobreviver à passagem das eras.
Quando os cientistas humanos questionaram o cativo sobre à natureza do Flood, a resposta do Primordial horrorizou os humanos tão profundamente que muitos se suicidaram. Cerca de 10 mil anos depois, Iso-Didact interrogou o Primordial sobre a Intalação 07, recebendo apenas respostas vagas quanto ao destino dos Precursores e seu relacionamento com o Flood. Irritado, Iso-Didact executou o ser. O Primordial enfrentou seu fim com uma calma satisfação, afirmando que o desafio enfrentado pelos Forerunners e de fato, sua própria morte causada por um campo cronológico artificial acelerado (que simularia a passagem de 1 bilhão de anos), somaria apenas a “doçura” total das lutas da vida enquanto afirmava que toda a vida no final ainda sucumbiria ao Flood. O Ur-Didact descobriu mais tarde que Gravemind manteve os pensamentos e memórias do Primordial; antes de sua morte, o ser transferiu sua consciência para a mente composta do Flood. No entanto, nem mesmo um ser altamente inteligente como o Gravemind poderia acessar ou compreender plenamente a sabedoria que os Precursores possuíam, graças a sua natureza decaída e corrompida.
Nas últimas horas da guerra Forerunner-Flood, o Gravemind enviou um grupo de humanos impressos, incluindo Fortencho, o Lorde dos Almirantes Humanos, para enviar uma mensagem à Librarian que estava presa em Erde-Tyrene. Fortencho revelou a ela a verdade sobre os Precursores e que o Domínio era, de fato, o Organon mítico, que seria destruído imediatamente pelos disparos dos Halos. Ao reter essa informação até o final, quando os disparos dos Halos já não mais poderiam ser interrompidos, os Precursores garantiram que os Forerunners destruíssem involuntariamente todos os registros de sua história e de seu patrimônio cultural, assim “matando sua própria alma”, conforme afirmado pela Librarian. Este foi o ponto máximo do plano insidiante de vingança dos Precursores contra os Forerunners, iniciado dez mil anos antes com a revelação do Flood. Enquanto os disparos dos Halos aparentemente reprimiu o Flood, os Precursores, através do Gravemind, foram capazes de cumprir o que pretendiam: punir os Forerunners por seu desafio não somente através do Flood, mas também permitindo que os Forerunners se criminalizassem internamente, para derrubar gradualmente seus preceitos e crenças mais profundas. Na época dos disparos dos Halos, além da quase extinção da espécie, os Forerunners foram forçados a admitir suas muitas falhas e desistir do Manto, garantindo que eles nãos e levantariam novamente, apesar de sua “vitória” com os disparos doa anéis.
A tecnologia precursora era extremamente avançada, classificada como Tier 0 ou “Transsentientes” pelos Forerunners. Os Precursores basearam sua tecnologia no que os Forerunners chamavam de física neural: conceito de que a matéria e o pensamento inanimados estão intrinsecamente ligados e que o próprio Universo é uma entidade viva. Ao extrair as energias fundamentais do Universo, os Precursores construíram uma arquitetura exótica, praticamente indestrutível e percorreram as distâncias interestelares usando um mecanismo de trânsito superlumial baseado no mesmo principio. Era acreditado pelos Forerunners de que os Precursores utilizaram a física neural para construir planetas artificiais e sistemas estelares, como Charum Hakkor, considerado um desses planetas. Os Precursores viajaram entre mundos em Naves que usavam inteligências artificiais altamente avançadas conhecidas como “Motores do Conhecimento” e navegavam através das estradas estelares. Os Halos, sendo armas neurológicas, são umas formas de destruir ou danificar os artefatos precursores. Isto foi evidenciado quando Charum Hakkor foi usado como teste para o disparo de um Halo: o disparo da arma destruiu todos os artefatos Precursores do planeta. Isso também explica a ausência de ruínas precursoras na sociedade moderna, já que a maioria, se não todas, foram destruídas quando os Halos foram disparados, esterilizando a galáxia ao final da guerra Forerunner-Flood.
Alguns artefatos precursores eram conhecidos por precederem os Forerunners por centenas de milhões de anos e, sendo impermeáveis às formas convencionais de dano, eram duráveis os suficiente para sobreviverem mesmo após serem encurralados pelas crostas dos planetas em seus movimentos tectônicos. Os artefatos precursores foram frequentemente encontrados por mineiros, que obtiveram e os registraram, mesmo sem apresentar algum interesse particular neles. O artefato precursor mais cobiçado pelos Forerunners era o Organon, que supostamente poderia ativar todas as estruturas Precursoras. Na verdade, o Organon era uma ia Motor de Conhecimento chamada de Abaddon, que servia como supervisora e guardiã do Domínio. Embora incorpóreo, Abaddon era capaz de interagir com o mundo físico de várias maneiras, inclusive podendo vaporizar seres corpóreos à vontade.
Os Precursores também deixaram um pequeno número de misteriosos artefatos no espaço profundo, conhecido como “âncoras”, que eram grandes massas anômalas que não liberavam radiação. Elas geralmente eram consideradas instáveis e perigosas; os Forerunners registraram fenômenos estranhos perto das massas, incluindo naves que desapareceram e equipes sobreviventes sofrendo traumatismo mental grave, exigindo uma terapia proto-geométrica extensa para restaurar a topologia neural de suas mentes em seu estado normal. A construção precursora era de cor cinza-prateada. Os Precursores também construíram laboratórios ciclópicos que eram descritos como sendo feitos de uma “realidade cristalizada”.
Entre as mais impressionantes estruturas precursoras estavam os enormes arcos orbitais e as estradas estelares: filamentos inflexíveis tecidos no tecido da realidade, que eram usados para conectar mundos inteiros e sistemas estelares. Essas estruturas já foram abundantes na galáxia, formando curvas graciosas em muitos sistemas estelares. Elas pareciam estarem, em maior parte, inativas ou imutáveis, sofrendo apenas ajustes automáticos para se corrigir através do movimento dos sistemas e dos planetas. Outro tipo de construções precursoras incluíam estruturas referidas como fortalezas planetárias ou citadelas. No final na guerra Forerunner-Flood, o Flood começou a reativar e empregar esses artefatos precursores, anteriormente inertes, contra os Forerunners, graças as suas derivações e origens precursoras. Esses artefatos, principalmente as estradas estelares, foram os que deram a vantagem ao Flood na guerra, pois eles eram capazes, sem esforço, de destruir fisicamente as frotas de naves Forerunners, podendo desativar remotamente suas armas, Ancillas e escudos, tornando-os indefesos à infecção.
O retorno dos Precursores pode se estender além dos domínios dos artefatos tecnológicos. Depois de alcançar o estado de Key-Mind, as mentes do Flood adquiriram a habilidade de explorar a física neural e, juntamente com elas, as capacidades de mutação da realidade dos Precursores. Ao se deslocar através da galáxia, as construções dos Precursores controladas pelo Flood converteriam o espaço-tempo em si para inviabilizar o slipspace Forerunner. Naves que utilizavam a viagem superlumial irradiavam momentaneamente resíduos multiversais acumulados durante a viagem após o retorno ao espaço normal. Os Forerunners acreditavam que que os Precursores possuíam meios desconhecidos que os permitia corrigirem a casualidade causada pelo slipspace, chamada de reconciliação. O uso generalizado do trânsito da física neural afetou os campos magnéticos em escala galática, em todo o Império Ecumeno. Os efeitos causados pelas manipulações das tecnologias precursoras poderiam ser sentidas mesmo por seres individuais; ao final da guerra Forerunner-Flood, os Forerunners começaram a perceber a luz das estrelas como emitindo uma posse de hostilidade repelente.
Talvez a criação mais extraordinária dos Precursores seja o que os Forerunners conheciam como Domínio: uma vasta reserva contendo a totalidade do conhecimento e experiência acumulada dos Precursores, totalizando 100 bilhões de anos de dados, com a maioria das informações coletadas desde o início do Universo, se não anterior. Esta reserva de conhecimento estava contida nas construções precursoras na Via Láctea e projetou um campo maciço através do qual registros poderiam ser acessados em qualquer lugar, independentemente da localidade. O próprio Domínio também era uma entidade consciente, embora isso só se tornasse evidente para a maioria dos Forerunners perto do fim da guerra Forerunner-Flood. O Domínio fora descoberto pelos Forerunners e utilizado como meio de registro de conhecimento, tornando-se um elemento essencial em sua cultura. Apesar dessa ampla utilização, o Domínio permaneceu exotérico para os Forerunners, que não sabiam sua origem e verdadeira natureza. Com os disparos dos Halos e a destruição da física neural na galáxia, o Domínio e todo o conhecimento nele contido foram perdidos, juntamente com toda arquitetura precursora. Mais tarde, um grupo de Forerunners foram capazes de reativar o Domínio, porém não está claro a quantidade de conhecimento que foi recuperada com sua reativação.
Livros: Halo Cryptum, Halo Primordium e Halo Silentium.