Os compositores originais da franquia Halo, Marty O’Donnel e Michael Salvatori, que iniciaram em Halo: Combat Evolved, estão processando a Microsoft por diversas questões contratuais. Se um acordo não for alcançado em breve, o caso pode chegar nos tribunais.
Segundo a Eurogamer, o processo foi aberto em junho de 2020 e se arrasta até hoje. Um encontro de mediação está marcado para a próxima semana com o objetivo das partes chegarem a um acordo.
As alegações dos dois compositores envolvem: quebra de contrato; violação do dever fiduciário de desenvolver a receita de royalties em uma união com risco; violação do dever de agir de boa fé e negociação justa; falha em fornecer uma parceria contábil; enriquecimento injusto; e interferência tortuosa.
Não bastando o processo e as acusações, Marty O’Donnel informou ao site que planeja instruir seus advogados a explorarem a possibilidade de bloquear o lançamento da série de Halo, marcado para 24 de março. O motivo seria o uso da clássica canção de Halo com um coro que foi usada em um comercial da série e do Paramount+.
“Ter uma conexão com a receita auxiliar da exploração da música original de Halo é exatamente o objetivo deste contrato. Desde que iniciamos (o processo) dois anos atrás, eles continuaram a ignorar os termos. Agora, eles estão prestes a transmitir a série de TV de Halo e estão usando nosso canto de monge (chamando-o de tema de Halo) para também anunciar e solicitar assinaturas para o Paramount+.“
“Essa coisa da Paramount acabou de aparecer na TV e Mike e eu nos sentimos muito desrespeitados “.
Martin O’Donnel e Michael Salvatori alegam terem criado e licenciado a trilha sonora de Halo para a Bungie antes da empresa ter sido adquirida pela Microsoft. A dona do Xbox, por outro lado, afirma que a trilha se qualifica como trabalho contratado e, portanto, os direitos pertencem à Microsoft. O’Donnel contesta o argumento:
“Nunca foi trabalho contratado. Foi sempre um acordo de licença. Então foi isso que fizemos com Halo. Com a primeira música de Halo, que foi escrita e gravada em 1999 pela primeira vez. Foi licenciada para a Bungie. A Bungie não foi comprada pela Microsoft por mais de um ano.”
Anos depois, os dois compositores e a Microsoft teriam assinado um contrato para garantir 20% de royalities das receitas gerada pela trilha sonora. Entretanto, eles suspeitam que o acordo não foi respeitado.
“Começamos a ficar meio desconfiados porque pensamos: ‘Acho que a trilha sonora de Halo 2 realmente vendeu muito, mas não temos números que mostrem quantas unidades foram vendidas.’ Quantos downloads digitais aconteceram na Amazon, YouTube ou iTunes? Não temos números.” disse O’Donnel. “E então o cheque que receberíamos parecia, ok, se isso for 20%, então não parece que a Microsoft está realmente ganhando muito dinheiro. E então eles simplesmente não o fariam. Mas com certeza, quatro meses depois, você receberia outro pequeno cheque, e apenas, ‘Aqui está o seu valor.’ Mas não estava ligado a nada.”
Não satisfeitos em receber parte das vendas das trilhas originais de Halo, Martin O’Donnel e Salvatori também demandam royalities de novos lançamentos, como o anime Halo: Legends, o remake Halo: Combat Evolved Anniversary e as séries lançadas há alguns anos. Além disso, os dois alegam estarem irritados por não terem recebido créditos pelas músicas de Halo Infinite e também pelo uso de uma trilha clássica da franquia em um comercial da nova série de TV. Lembrando que os compositores do mais recente jogo da saga são Curtis Schweitzer, Joel Corelitz e Gareth Coker.
Desde Halo: Reach, lançado em 2010, a franquia Halo teve novas trilhas criadas apenas por outros compositores, como Neil Davidge em Halo 4. Isso se deu porque Martin O’Donnel e Michael Salvatori continuaram na Bungie mesmo após a empresa deixar o desenvolvimento de Halo.
Inclusive, esta não foi a única disputa legal que O’Donnel se envolveu. Ele processou a própria Bungie em 2014, alegando ter sido demitido por justa causa. Alguns anos depois, a desenvolvedora o processou e a justiça o obrigou a pagar mais de $100,000 dólares por uso não autorizado de trilhas de Destiny.
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