A nova aventura do Arbitro e da Spartan Vale finalmente está aqui. Após vários adiamentos, Halo: Outcasts foi lançado recentemente com uma trama rica, cheia de personagens bem construídos e mistérios que vão deixar os leitores de cabelos em pé. Nesta matéria, vamos fazer uma breve análise sem spoilers do livro.
Halo: Outcasts é escrito por Troy Denning, autor que já se consolidou como um dos mais populares nomes da franquia Halo por ter escrito uma série de outros livros: Halo: Last Light (2015), A Necessary Truth de Halo: Fractures (2016), Halo: Retribution (2017), Halo: Silent Storm (2018), Halo: Oblivion (2019), Halo: Shadows Of Reach (2020) e Halo: Divine Wind (2021).
É importante ressaltar e parabenizar o empenho de Denning em Outcasts, especialmente ao lembrar que o autor teve alguns problemas de saúde durante o processo de escrita do livro, fato responsável pelos sucessivos adiamentos da data de lançamento da obra.
A versão digital do livro possui cerca de 376 páginas divididas entre 26 capítulos e um prólogo, além das seções de dedicatórias, agradecimentos e outras. Um ponto negativo para muitos brasileiros é que Outcasts é mais um livro da franquia que não foi localizado para o português — apenas outros quatro livros do Universo Halo estão disponíveis em nossa língua.
Halo: Outcasts se passa em novembro de 2559, semanas antes da CG inicial de Halo Infinite. Ou seja, neste período a IA Cortana já havia iniciado sua revolução na Galáxia e subjugado diversas civilizações para impor sua ordem.
Entre os planetas dominados por Cortana estava Sanghelios, lar dos Elites e dos diversos clãs da espécie. Diante deste cenário, o Arbitro se vê em uma posição de insegurança. Como ele poderia levar os Sangheilis a uma Aliança de Mundos que trouxesse unidade e paz às diversas espécies que convivem na Galáxia, ao mesmo tempo em que lidava com clãs rivais, ameaças externas — como Os Banidos e até mesmo a sombra da ONI — e a ditadura da Tirana? Como vemos no livro, os personagens costumam evitar falar o nome de Cortana abertamente, muitas vezes se referindo a ela como A Tirana ou Aparição.
Para piorar toda essa situação, a notícia de que Cortana havia destruído o planeta dos Jiralhanae após Os Banidos terem se recusado a se juntar a ela já havia se espalhado, e o Árbitro não poderia arriscar que o mesmo acontecesse com Sanghellios.
Assim como mostrado na sinopse, a trama do livro começa quando o Arbitro, a Spartan Vale e outras forças poderosas descobrem que pode existir um antigo artefato em Netherop — que era chamado pelo Covenant de N’ba — que pode ser a chave para derrotar Cortana.
Na realidade, Outcasts continua, em partes, a história de Halo: Oblivion — também escrito por Troy Denning e que também se passa em Netherop. Alguns personagens presentes no livro retornam na nova obra de Denning, e mistérios sobre o planeta apresentados em Oblivion e também em Silent Storm são abordados novamente. Esta arriscada expedição leva o leitor a uma jornada de dilemas pessoais e morais, mistérios instigantes e revelações de deixar qualquer um na ponta da cadeira.
Sem dúvidas, o ponto mais forte da trama de Halo: Outcasts é a construção dos personagens. Todos os personagens inseridos nesta obra são abordados com um nível de profundidade que os tornam únicos e relacionáveis de diferentes maneiras. Mesmo aqueles que não estão entre os protagonistas possuem a oportunidade de se destacar e deixar sua marca no leitor em diversos momentos.
Em Outcasts, vemos o Árbitro como um líder equilibrado, que prefere o diálogo como primeira opção no lugar da violência e oferece aos seus adversários a mesma segunda chance que lhe foi dada quando ele deixou o Covenant para se rebelar contra as mentiras dos Profetas. Este é um dos principais pontos que torna esta uma das melhores participações do Arbitro na franquia: ele é apresentado como a pessoa certa para liderar os Sangheilis à paz.
“Em Outcasts, tentei construir [a história] em cima das qualidades desse personagem e mostrar como elas se manifestam em sua aliança com os humanos. Por exemplo, ele está bem ciente de como os humanos podem ser traiçoeiros – especialmente a ONI — e por isso é muito cuidadoso ao confiar neles. Mas ele construiu um forte relacionamento pessoal com Vale e confia nela quase tanto quanto em seus próprios guerreiros. Essa foi uma dinâmica maravilhosa de se brincar, especialmente porque seus interesses conflitantes os colocaram em desacordo.”, disse Troy Denning sobre a construção do Arbitro, em entrevista a Escapist Magazine.
Já Olympia Vale também é explorada como uma personagem que opta pela diplomacia e pelo intercâmbio de culturas. Devemos lembrar que Vale fala a língua Sangheili fluentemente e é uma das responsáveis por manter esta ponte entre os Sangheilis e os humanos.
Claro, não poderíamos de deixar de mencionar o misterioso e astuto Crei ‘Ayomuu, um mercenário que possui seus próprios objetivos nesta jornada, mas que também se mostra um guerreiro e estrategista bastante útil para seus aliados. Isso, é claro, enquanto seus objetivos de mercenário se alinharem com os dos outros personagens.
Como mencionamos anteriormente, o livro não se aprofunda apenas nos protagonistas. Ao ler Outcasts, o leitor perceberá que outros personagens, novos e antigos, foram escritos com maestria pela mente de Troy Denning.
Halo: Outcasts é uma leitura imprescindível para todo fã da rica lore de Halo. Após anos de espera, o Árbitro retorna em uma aventura profunda e que traz revelações que podem influenciar fortemente o futuro do universo da franquia. Sendo assim, não poderíamos recomendar mais que você leia Outcasts caso tenha a oportunidade.
Caso você não entenda Inglês e não possa ler o livro, a Halo Project Brasil fez um resumo da história do livro em seu canal no Youtube.