Neste Episodio foram liberados 2 áudios, um E-mail e uma imagem. Seguem Abaixo o e-mail e os áudios e a imagem:
“Mensagem do CDR Sullivan”
“Admiral Osman,
Por favor, aceite minhas sinceras desculpas pelo erro cometido durante a transmissão de hoje, Eu assumo total responsabilidade como o oficial supervisor de execução deste anuncio. Por favor, saibam que a minha equipe, Tenente Borem e eu apreciamos a gravidade desta situação e, por sua vez, a vergonha que um erro desta natureza traz em cima do Escritório de inteligência naval.
Em relação a explicação que você solicitou, afirmo que pelos registros anexados no script fornecido ao tenente Borem foi aprovado a mensagem correta que foi comentado por mim e por outros altos funcionários, parece que o Tenente Borem, devido ao peso emocional no momento, foi incapaz de manter o foco e, como você sabe, expressei mal em relação a data, Master Chief, Petty Officer John-117 foi declarado KIA ( que deveria ter sido relatado como 27 de outubro de 2558). Ela pediu que eu o transmitisse as mais sinceras desculpas a liderança da UNSC.
Sobre suas perguntas de porque escolhemos usar a Tenente Borem ao invés de um membro superior, projeção e avaliação de personalidade determinaram que sua atitude, entrega e aparência foi a mais adequada para um anuncio desta natureza: excesso de indexação em “extrema seriedade” e “sinceridade crível”. A Tenente Borem me garantiu que se sentia preparada para uma missão deste âmbito e natureza. Aceito a responsabilidade por meu erro de julgamento para este fim.
A Tenente Borem foi retribuída imediatamente ao departamento de discurso informatizado de industrias na colônia de mineração remota BXR-730 (á qual ela imediatamente partiu). Seu trabalho não será voltado para o publico e será totalmente revisado semanalmente por um membro da minha equipe.
Novamente, por favor, aceite minhas sinceras desculpas, sobre este lamentável acidente.
Por favor, me avise se você tiver quaisquer duvidas adicionais ou mais questões.
Respeitosamente
Michaek Sullivan
Diretor de comunicação sênior, escritório de inteligência Naval
Comandante da Marinha da UNSC
Boston, Terra. “
A imagem liberada vem com o titulo de “O grande Evento”
A linguagem humana não tem uma palavra grande o suficiente para esta coisa no Ponto de Conrad. “Cova” ou “buraco” ou “cratera” – eles não são grandes o suficiente. “Impossível”, talvez. E ainda estava lá . Horrível e possível ao mesmo tempo.
Segue abaixo o áudio e sua tradução:
Áudio-1 “Falha na transmissão”:
Áudio-2: “Do fogo ao sangue”
Enquanto nos dirigíamos a Conrad’s Point, minha cabeça ainda estava girando. O ataque repentino ao assentamento, ver Ben, o planejamento por trás destes eventos… era quase demais para aguentar. Mas algo nisso tudo parecia familiar também. Eu pensei em quando estava monitorando Mshak Moradi. Bem quando ele ia me expor para Ben, ele estava tramando alguma. As mensagens sobre anomalias no espaço e aí, apenas algumas semanas depois, Ari manda seus próprios avisos ao quartel-general da ONI? Será que estavam conectados?
Com tantos esqueletos no armário da ONI, foi apenas questão de tempo até que um deles acabasse saindo.
Black Box: Maya, você precisa se concentrar.
Eu estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi que estávamos chegando a Conrad’s Point.
Black Box: Um mundo extinto é uma pergunta assustadora flutuando no espaço. Você precisa estar presente e preparada. Pode haver qualquer coisa abaixo daquelas nuvens e eu prefiro não morrer hoje.
Essa operação estava repleta de incertezas. Quando estavamos nos aproximando de Conrad’s Point, um mundo em caos, controlado por militantes rebeldes da NCA. Minha única ligação a eles era um colega, Ari Reznik. Mas ele desapareceu semanas atrás e agora todo o seu planeta estava na escuridão, por causa de um catastrófico evento sísmico.
Toda essa incerteza deveria ser aterrorizante, deveria parecer imediata e áspera, mas de alguma forma… não parecia. Parecia distante, surreal. Eu precisava me recompor.
Black Box: Alguém lá embaixo está usando um retransmissor analógico.
Maya: Quê?
Black Box: Olhe. “Cuidado extremo. Ping na aproximação final. Pings amigáveis e novas coordenadas.”
Maya: Ari.
Black Box: Parece que Capitão Reznik pode estar vivo, depois de tudo.
Tinha que ser ele. Ari Reznik era uma das pessoas mais engenhosas que já conheci. Um mediador talentoso, um trabalhador excêntrico e um bom amigo. Como agente, ele orquestrou complexos ecossistemas sociais com precisão técnica impecável. Mas ironicamente, quando o assunto era tecnologia em si, ele estava mais para um artista. Achar um jeito de mandar um sinal de um mundo morto? Se arriscando para avisar os outros? Esse era Ari.
Maya: Cortei a comunicação para chegarmos na surdina.
Black Box: A pergunta é: todas essas precauções são em resposta à ameaças humanas ou não-humanas?
Maya: Bem, vamos saber em breve.
A queda livre foi dura, pra dizer o mínimo. Mas eu segurei meu almoço, puxei o freio o mais tarde possível e silenciosamente aterrisei o transportador em um barranco bem escondido. Eu podia não ter ideia de onde estávamos nos metendo, mas eu estava assegurando que teríamos uma maneira de sair dali.
Black Box: Que rocha mais horrenda! Não é de se espantar que essas pessoas estejam furiosas, elas fizeram um assentamento em um mundo ermo. Quero dizer, eu estaria me perguntando.
Maya: Sim… bem, eu não acho que eles estão aqui a lazer.
Em bordas remotas, um planeta como o Conrad é o esconderijo perfeito para a NAC. Eles se apossaram de minas abandonadas e estabeleceram campos de treinamento militar. A vida por aqui? Não era por amor.
Black Box: Esta região é adorável. Simplesmente adorável! Todas essas rochas…
Maya: É isso… não há ninguém aqui.
Black Box: Por que você não tenta de um ponto mais alto? Naquela rocha.
Eu subi a serra, e de repente, o sol apareceu no horizonte. Eu cobri meus olhos e finalmente vi toda a extensão da paisagem. Atrás e pelos lados, eram só rochas salientes. Mas após a borda, o terreno era menos íngreme, se transformando gradualmente em uma parte muito mais suave. Apertei os olhos em direção à luz, mal reconhecendo a silhueta de enormes estruturas industriais à distância.
Maya: Eu não gosto disso. Estamos expostos aqui.
Eu olhei novamente e percebi o que havia de estranho na área que se estendia para além da borda.
Maya: Meu Deus!
Era uma cratera. Um vasto buraco. Como se alguém tivesse rasgado uma grande parte da superfície do planeta. Eu não tinha notado por causa de seu tamanho… era impossível! Eu estava tão atordoada que não percebi alguém vir até mim.
Ari: Ouça com atenção e faça exatamente o que eu disser.
Eu me virei e vi Ari apontando uma arma para mim.
Maya: Ari? O que você está…
Ari: Pare de falar. Mãos para cima! Não se mova, não fale. Talvez eles estejam observando. Você acabou de aparecer aqui, eu não lhe conheço. Eu estou apontando minha arma e isso te assusta. Agora me dê a bolsa!
Ari agarrou a bolsa e a vasculhou com uma mão. Eu joguei o jogo dele.
Maya: Eu lhe asseguro de que não há nada perigoso nele.
Ari: Estou vendo isso, portanto estou menos agressivo. Suponho que esteja aqui por causa do evento.
Maya: Sim.
Ari: Vou devolver sua bolsa e esqueceremos deste mal entendido. Estou lhe perguntando quem é.
Maya: Eu sou a líder rebelde FERO.
Ari: Já ouvi falar de você. A poeira está começando a abaixar.
Maya: Você estava aqui quando aconteceu?
Ari: Não, nós viemos logo depois. Vou abaixar minha arma porque percebi que estamos do mesmo lado.
Black Box: Bem, agora que toda essa cerimônia está acabando, podemos nos concentrar em nossa missão?
Ari: Um Smart IA?
Maya: Sim…
Black Box: O nome é Black Box. Sua reputação o precede, capitão.
Maya: É bom vê-lo, Ari. Eles temiam que estivesse morto.
Ari: Sim, o que você acha?
Maya: Minha fé nunca vacilou.
Ari: Heh. Então você é a brigada inteira?
Maya: Só eu e Black Box. Estamos aqui para descobrir o que a NAC sabe… ou detém, e informar o quartel-general.
Ari: Bem, eu… eu não tenho muito. Estávamos perto quando a colônia foi atingida, mas quando chegamos estava tudo acabado. Tudo o que sei é que isso causou um grande dano sísmico, fritou cada equipamento eletrônico do planeta. E o buraco deixado para trás… meia milha de largura! A NAC bloqueou o local agora, apenas pessoas selecionadas são permitidas lá. Ilsa planejando sua próxima tacada.
Maya: Ilsa? Ilsa Zane está aqui? Eu pensei que ela estava morta!
Ari: Você não sabia? Estavam na minha última mensagem antes de eu desaparecer.
Maya: Não… eu…
Ari: Caramba. Eles realmente te mandaram cega pra cá. Ou eles não sabem. Depois que atacou Infinity, Ilsa foi recuperada por alguns partidários da NAC. Ela tem subido na hierarquia da facção desde então, executando qualquer um que ela vê como um problema.
Ilsa Zane era um experimento científico falho ambulante. Em algum momento, ela foi alistada no programa SPARTAN, numa tentativa de criar a suprema aniquiladora sem armadura, mas ela fugiu. Após desertar para a NAC, ela foi rapidamente doutrinada, e promoveu dois almirantes.
Ari: Então, quando a colônia foi acertada pelo evento, ela nos trouxe até aqui. O massacre parece ter acabado, mas todo mundo permanece alerta. Incapazes de usar COMs, incapazes de sair.
Maya: Mas por que você não escapou?
Ari: Eu, obviamente, pensei sobre isso, mas eu não posso. Estou tentando apaziguar as coisas por aqui. Eles tem um arsenal enorme, uma frota suficiente para destruir sistemas inteiros, e Ilsa está preparando o terreno para uma guerra total contra a UNSC. Espero poder ajudar daqui, botar minhas mãos nisso até que a ONI possa levá-la.
Maya: Eu… eu deveria mandar um relatório a Noah antes de continuarmos.
Black Box: Segure sua ideia, Maya. Estamos no âmbito da movimentação, alguns guardas estão se dirigindo a nós.
Ari: Rápido. Resuma para mim. Você foi abduzida pela ONI. O que aconteceu?
Maya: Eu escapei da detenção e roubei um transportador de prisioneiros. Eles me questionaram sobre os ataques nas colônias. Eu estava preocupada, então depois de fugir, eu vim aqui.
Ari: Isso é o melhor que pode fazer? Fugitiva de sorte? Bem, temos que fazer isso funcionar. Ilsa está reunindo rebeldes de toda parte, então vamos dizer que você é apenas mais uma lutadora se juntando à festa. Agora seja discreta. Não vai demorar muito para te descobrirem. E Ilsa vai matá-la se achar que é um peso morto. E mantenha a IA quieta se não quiser perdê-la.
Black Box: Eu não sou nada além de um broche.
Ari: Achei outro, caras!
RAJ: O que você está fazendo fora do perímetro, Ari?
Ari: É chamado de fiscalização de perímetro, Raj. E funcionou.
A equipe estava fortemente armada e pareciam severamente cansados. Ilsa parecia mantê-los no limite. Era tenso, mas Ari estava fazendo sua magia, esboçou alguns sorrisos, e de repente, eu estava sendo escoltada para o campo como uma convidada da NAC.
Havia centenas de rebeldes de dezenas de filiações estacionados dentro da refinaria. Bebendo e gritando, maniacamente festivos. Era uma festa, mas aquilo tudo parecia um pouco forçado.
Maya: Qual é a ocasião?
Ari: Essa é uma boa pergunta. Estava silencioso como um cemitério até ontem à noite. Mas uns caras abriram umas caixas velhas de uísque e disseram a todos que era uma celebração. Todo mundo estava um pouco tenso.
Maya: Estou vendo.
Ari: Bem, por que você não vai pegar uma bebida? Vou fazer uma ronda. Ver o que posso descobrir.
Enquanto eu estava em meu disfarce, eu olhava ao redor na esperança de ver algum rosto familiar. Mas não vi uma resistência amigável, aqueles não eram meu povo. Eu via sede de sangue. Grupos responsáveis por ataques a civis. Metade das pessoas aqui eram mercenários. Ninguém parecia estar aqui para qualquer outra coisa a não ser vingança. “Do fogo ao sangue”. Nenhuma bandeira que você levante justifica explodir crânios deliberadamente. Isso era o oposto de tudo pelo que eu havia lutado como FERO. Estava torcendo para que Ari voltasse logo, quando ouvi uma voz familiar.
Bostwick: Fero!
Maya: Bostwick? Ah meu Deus…
Bostwick: Você está viva! Eu sabia! Eu sabia que eles não iriam te pegar! Quando você foi sequestrada, todo mundo se dispersou, todo mundo pensou que estivesse morta, mas eu não! Eu sabia que você não iria deixar a ONI te pegar.
Bostwick havia bebido. Muito. Uma rebelde sem causa que provavelmente pesava uns cinquenta quilos passa despercebida em um grupo como este, mas estava suficientemente bêbada para chamar a atenção.
Maya: Bostwick, o que você está fazendo aqui?
Bostwick: Me juntei a eles após a dispersão. Metade do nosso grupo foi morto, os boatos se espalharam como fogo.
Maya: E aí? A NAC lhe ofereceu proteção?
Bostwick: Eu não colocaria desta maneira, mas diria que eles precisam da minha proteção! Viu o que eu fiz? Só estou brincando…
Quando eu a vi pela primeira vez, ela era uma adolescente de 17 anos com raiva. Ela havia acabado de perder seus pais em um incidente envolvendo a UNSC em Dekum. Eles tinham uma pequena loja de conveniência perto de uma base militar. Alguns soldados estavam bêbados, atirando granadas de plasma que reaproveitaram de uma nave de carga Covenant. Uma delas foi dar um passeio. Os soldados levaram a mais suave das punições. Bostwick apenas recebeu um pedido de desculpas de uma palavra só. Ela lidou com isso ficando agressiva, juntando um pequeno grupo de crianças das Colônias Exteriores que também foram ofendidas pela UNSC. Eles basicamente se envolveram em pequenos furtos, mas quando eu e Bostwick nos conhecemos, ela estava tornando seus atos um pouco mais violentos, então eu a pus debaixo de minha asa. Ela era dedicada, aprendia rápido, eu consegui que ela direcionasse sua raiva para coisas mais positivas, mas ela ainda havia muito que amadurecer.
Maya: O que eles te obrigaram a fazer?
Bostwick: Checagens de perímetro, basicamente. Ao redor da fronteira norte. Eles me colocaram para proteger uma operação no buraco. Um monte de cientistas entrando e saindo, fazendo leituras…
Maya: Leituras? Ok, o que você pode me dizer…
Black Box: Maya.
Maya: BB, eu lhe disse para não…
Bostwick: Hã?!
Black Box: Eu ia avisar para não falar.
Bostwick: Quem você está falando?
Black Box: Eu transmiti diretamente para o canal do seu ouvido.
Maya: Desculpe… eu pensei que tinha visto… não foi nada.
Black Box: Enviei um relatório detalhado para a sede. Aparentemente, o comando autoriza um ataque usando a nossa posição atual como coordenadas. A oportunidade de matar Ilsa Zane é muito grande. O tempo é curto. Temos de sair agora.
Maya: Ari…
Bostwick: O quê? Você está bem, Fero?
Black Box: Fácil.
Maya: Sim, sim, estou bem. Vamos lá, temos que te tirar daqui.
Bostwick: Ok, vamos. Espera… onde estamos indo?
Eles não estavam me dando muito tempo antes das bombas começarem a chover. Eu tinha que encontrar uma saída. Foi quando Ari emergiu da multidão.
Ari: Aqui, tome isso.
Ari me deu um chip. Ele parecia confuso.
Maya: O quê? O quê é isso?
Eu não tenho tempo para fazer perguntas.
Maya: Nós temos que ir. Agora.
Ari podia ver o fogo queimando em meus olhos. Ele sabia que era grave.
Ari: Fiquem juntas e não façam movimentos bruscos.
Estávamos quase chegando à entrada quando a porta caiu por completo. Eles fecharam todas as saídas. Estávamos presos. Ari estava pensando em outro plano de fuga, quando Ilsa Zane entrou na sala, atraindo todos os olhares. O complexo inteiro, cheio de rebeldes, de repente se tornou perturbadoramente silencioso. A multidão se dividiu enquanto ela passava, todo mundo se virou para ela, olhos arregalados. Então ela parou, uns quatro metros de onde estávamos. Ari cuidadosamente ficou à minha frente.
Ari: Fique aí.
Eu podia ver por cima do ombro de Ari. Ilsa era… grande. Terrivelmente grande. Eu não sei o que a tecnologia fez a ela durante o programa SPARTAN. Fez ela mais forte, obviamente, mas… eles também haviam quebrado alguma coisa. Havia um brilho nos olhos. Alguma coisa artificial, algo… desumano.
Ilsa: Isso… é uma celebração! E deve ser. Fizemos uma série de mudanças em muito pouco tempo. Quando eu os encontrei, não havia disciplina ou uniformidade. Apenas um bando de desajustados com diferentes lealdades e filosofias. Era um problema de gestão. O coronel havia autorizado esta lendária facção da NAC a delegar um fórum para interesses individuais. Vocês estavam dispersos e lentos, praticamente uma sentença de morte. Eu os liderei e comandei, porque bandos de desajustados não ganham guerras, grandes máquinas sim! Máquinas de grande porte, formadas por muitas peças pequenas que atuam em sincronia. Isso é o que precisava ser feito aqui. E não é fácil. Cada peça tem um lugar e quando uma peça não se encaixa, você deve ser criativo. Você a lima, e a força para que nunca saia do lugar novamente. Você faz o que tem que fazer e apara as arestas. Tenho o prazer de dizer que cada um de vocês que ainda está conosco encontrou seu lugar, e nós construímos uma bela de uma máquina. E está quase na hora de ligá-la. Aquele buraco lá fora é o nosso ponto de entrada nessa guerra. É por isso que eu trouxe vocês aqui para Conrad’s Point. O cenário está mudando! A UNSC está em alerta por causa desta cratera, e nós aproveitaremos esse momento de fraqueza. Nós só precisamos esperar o momento certo, o que me leva ao meu anúncio.
Ela andava com incrível controle de toda a sala. Parecia que ela poderia sugar a vida de qualquer pessoa, a qualquer momento.
Ilsa: Quantos de vocês já perderam amigos, entes queridos nas mãos dos Spartans? Bem, hoje nós iremos devolver na mesma moeda.
Maya: BB, do quê ela está falando?
Black Box: Estou verificando, um momento… minha nossa!
Maya: O quê?
Black Box: Não pode ser.
Ilsa: Com a sequência dos acontecimentos sísmicos que aconteceram aqui e em outras quatro colônias, eu verifiquei em várias fontes que nosso momento chegou.
Black Box: É o Master Chief.
Ilsa: O Master Chief…
Black Box: Morreu.
Ilsa: …morreu.
A atmosfera mudou. Houveram alguns poucos aplausos, mas…
Maya: Isso é verdade?
Eu acho que ninguém sabia direito o que fazer.
Ari: Eu não sei…
Mas só de pensar…
Ari: No entanto, isso não é bom.
O Master Chief foi o maior herói que já conhecemos. Ele salvou a humanidade quando estava à beira da extinção, derrotou o Covenant, e pôs um fim na guerra quase sozinho. O quê possivelmente teria o poder de matar o Master Chief?
Ilsa: Sim, o garoto-propaganda da UNSC e do programa SPARTAN foi morto em serviço! É por isso que nós celebramos. É por isso que isso é uma festa!
Maya: Ari, temos de agir agora.
Ilsa: Este é o começo de um novo…
Enquanto a multidão estava em polvorosa, Ari se arriscou e começou a ir em direção a uma entrada lateral e nós seguíamos. Porém não conseguimos ir muito longe.
Ilsa: …e isso requer que expandamos nossa hierarquia. É por isso que tenho o prazer de ver que temos caras novas aqui.
Ari: Pare. Ela sabe que você está aqui.
Ilsa: Hoje mesmo eu ouvi que recebemos um carregamento de carne fresca. Eu não sei você, soldado.
Maya: Ela está falando de mim… meu nome é FERO.
Ilsa: Eu conheço esse nome. Você andou fazendo muito barulho recentemente, não é?
Maya: Um pouco demais, talvez.
Ilsa: Você estava falando sobre nos tirar do conflito militar, certo? Construir uma potência econômica?
Maya: Eu acho que é uma opção viável, se nós…
Ilsa: Olhe ao seu redor. Há uma razão pela qual essas pessoas estão me seguindo. Há uma razão pela qual eles gritam “do fogo ao sangue”!
REBELDES: DO FOGO AO SANGUE!
Ilsa: Você é ingênua. Seus sonhos para o futuro nos fazem parecer fracos. Então, o que exatamente você pode oferecer ao nosso movimento? Palavras e discursos? Negociações? Nós paramos com isso.
Ari: Ilsa, ela tem uma forte base logística. Talvez ela pudesse nos ajudar com isso.
Ilsa não disse nada por um momento. Seus olhos estavam fixos em mim. Aí ela finalmente relaxou a tensão e, finalmente, começou.
Ilsa: Eu acho que você está certo, Ari. Precisamos de ideias criativas para manter nossas cadeias de fornecimento aqui. FERO pode ser muito útil em tal incumbência. É disso que estou falando, ajustar as peças. Como líder, você deve saber quais partes podem ser recicladas e quais partes são só lixo.
Ari: Não, não, não, não, não, não!
Aconteceu exatamente assim. Ilsa nem sequer olhou, ela apenas levantou o braço e atirou. Um único tiro à queima-roupa e ele caiu no chão. Ilsa Zane tinha acabado de explodir o cérebro de Ari.
Ilsa: Espero que isso seja novidade para todos vocês aqui, mas nosso querido amigo Ari aparentemente era uma toupeira. Ele estava trabalhando para a ONI.
Ela o matou como se ele não fosse nada. Eu sabia que ele estava morto, mas eu queria ir para o seu lado e tentar ajudar, de alguma forma. Mas eu não podia me mover… Eu não conseguia pensar! Ilsa continuou seu discurso.
Ilsa: Ele era um traidorzinho desprezível, e não uma peça que poderia se encaixar.
Minha cabeça girava, eu estava tentando bolar meu próximo passo. Vi Bostwick à espreita pelo meu campo de visão periférico, quando Ilsa apontou a arma para mim.
Ilsa: Onde estávamos? Ah, sim. Ari estava te defendendo, o que significa que você é provavelmente outro fantoche da ONI. Eu poderia lhe questionar, descobrir o que você tem em mente, ou podemos apenas assistir.
Antes que eu pudesse detê-la, Botstwick interveio. Ela ficou bem na frente da arma e apontava uma faca para a garganta de Ilsa Zane.
Bostwick: Ela não é da ONI! FERO é uma verdadeira líder, e você deve mostrar respeito quando se dirigir à ela. Eu a defendo!
Ilsa: Garotinha, da próxima vez que apontar uma faca para alguém… não hesite.
Ilsa se moveu com incrível velocidade e força, atirando Bostwick para o outro lado da sala.
Black Box: Maya, não temos tempo.
Maya: Pare! Ilsa, ouça. Há um ataque aéreo a caminho.
Ilsa: Um ataque aéreo?
Maya: Nós todos temos que ir agora ou todo mundo aqui vai morrer.
Ilsa: Como você…
Tudo parou. Eu podia ver a raiva crescendo nos olhos de Ilsa… enquanto ela sorria, parecendo gostar disso tudo. Com o canto do olho, vi Bostwick me olhando. Eu sabia que havia acabado de quebrar o coração dela.
Black Box: Chegando em três, dois…
Ilsa: Você. ONI…
Eu não sei realmente o que aconteceu depois. O impacto da bomba me levantou do chão. Tudo o que posso lembrar é ter pego Bostwick — cujo ombro foi ferido — e correr, cortando caminho pela multidão, que estava correndo em todas as direções possíveis.
A confusão tinha me dado uma vantagem sobre Ilsa, mas enquanto eu estava saindo, eu podia ouvi-la gritando atrás de nós.
Ilsa: FERO!
Ela estava vindo atrás de mim.
Maya: Black Box, preciso de uma saída.
Black Box: O hangar é logo à frente. Eles devem ter veículos para os oficiais.
Carreguei Bostwick até o hangar, ela estava pálida e havia perdido muito sangue. Eu a joguei na parte traseira de um velho mongoose, o liguei, e acelerei. Ilsa deve ter tido a mesma ideia.
Black Box: Maya, se você puder ir um pouco mais rápido… tem alguém atirando em nós.
Maya: Eu sei! Estou tentando!
Acelerei sobre a cratera e as rochas, direto para o barranco onde eu coloquei o transportador de prisioneiros.
Maya: Segure aí, Bostwick! BB, abre a escotilha!
Black Box: Sim. Abrindo agora!
Coloquei o mongoose na rampa e entrei na nave enquanto Ilsa e sua equipe vieram sem trégua, atacando o transportador com uma chuva de balas.
Maya: Abra a porta, BB!
Black Box: Fazendo isso. O navio está pronto, podemos ir.
Maya: Vá em frente!
Enquanto levantávamos voo, Ilsa ainda estava atirando do chão. Eu coloquei Bostwick em um dos beliches e me joguei sobre o aparador enquanto saíamos da atmosfera. Eu podia sentir a realidade do que tinha acabado de acontecer preenchendo meu corpo a cada respiração. Esqueci que meu disfarce foi destruído e que Bostwick nunca me perdoaria ou confiaria em mim de novo. Pelo menos ela estava viva. Mas Ari… Ari estava morto.
Bostwick: Meu Deus… ugh!
Maya: Shhh…
Mas eu tinha que continuar. Eu respirei fundo e enterrei Ari em minha mente. Eu consegui encontrar alguns suprimentos médicos com os quais pudesse extrair os estilhaços de seu ombro. A nave estava praticamente vazia, só uma embarcação para manter meu disfarce intacto. Mas consegui reunir suprimentos suficientes para cuidar dos ferimentos dela.
Bostwick: Quem é você?
Maya: Poupe sua força, você vai precisar dele.
Enquanto Bostwick adormecia, eu fui para a frente do navio. Eu finalmente tive um tempo para me recompor, mas não conseguia evitar que meus pensamentos fossem sobre Ari. E então me lembrei… o chip de dados.
Eu o tirei do meu bolso e o coloquei no console… uma enxurrada de informações sobre eventos sísmicos. Textos, diagramas, dados, previsões… a NAC deve ter colocado equipes para trabalhar vinte e quatro horas por dia, juntando toda e qualquer informação fora do comum. Eles estavam procurando por uma assinatura, algo único que Ilsa usaria para prever quando os desastres aconteceriam. As respostas estavam na minha frente, mas eu não sabia como interpretá-las. Felizmente, eu conhecia alguém que sabia.
Black Box: Maya, sua amiga precisa de tratamento médico profissional o mais rápido possível. Devemos ir para a base da ONI mais próxima.
Maya: Não, eu tenho um lugar. Estamos indo para lá agora.
Tradução: Roberta Fernandes